Opaq diz que ainda não pôde entrar em Duma para investigar suposto ataque químico na Síria
Declaração foi feita pelo diretor-geral da agência, Ahmet Üzümcü, nesta segunda-feira; Rússia e Síria dizem que existem assuntos pendentes de segurança para liberar a visita.
Peritos da Organização para Proibição de Armas Químicas, Opaq, que devem investigar um suposto ataque químico na Síria, ainda não tiveram acesso ao local do incidente.
A informação é do chefe da Opaq, Ahmet Üzümcü, que destacou uma equipe de nove especialistas para Damasco, capital do país, no sábado. Eles devem realizar a missão em Duma, nos arredores da capital síria, onde o ataque teria ocorrido em 7 de abril.
Resposta
Segundo a agência, representantes russos e sírios que participaram das reuniões de preparação da missão disseram que “ainda existem assuntos de segurança pendentes que têm de ser resolvidos antes que o envio aconteça.”
O porta-voz do secretário-geral da ONU, Stephane Dujarric, disse que "as Nações Unidas forneceram todas as autorizações de segurança necessárias para a equipe da Opaq fazer o seu trabalho em Duma.”
A missão foi informada da impossibilidade de chegar a Duma durante um briefing em Damasco.
Como alternativa, as autoridades sírias ofereceram aos investigadores a possibilidade de entrevistar 22 testemunhas do ataque, que seriam trazidas até Damasco.
Informação
O diretor-geral da Opaq pediu que fossem tomadas as medidas necessárias para que a missão chegue ao terreno “o mais rápido possível.”
Üzümcü também pediu que os Estados-membros partilhem qualquer informação que tenham sobre o incidente.
Mais de 70 pessoas morreram em Duma durante o suposto ataque. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, OMS. Cerca de 500 pessoas ficaram feridas.
A Opaq já pediu à OMS que partilhe toda a informação que recolheu no terreno.
Conselho de Segurança
O Conselho de Segurança fez uma reunião de emergência sobre este tema no sábado, depois de um ataque aéreo coordenado por Estados Unidos, França e Reino Unido.
No encontro, o secretário-geral da ONU afirmou que a Síria é hoje a ameaça mais séria à paz e à segurança internacionais.
Para António Guterres, acontecem na Síria violações sistemáticas da lei internacional e de direitos humanos e um desrespeito ao espírito da Carta das Nações Unidas.
Na semana passada, o Conselho de Segurança tentou estabelecer um novo mecanismo de investigação sobre este ataque. As três propostas, uma dos Estados Unidos e duas da Rússia, foram recusadas.
Já no sábado, o Conselho reuniu-se em Nova Iorque, em sessão de emergência, para debater um esboço de resolução da Rússia condenando o ataque coordenado por Estados Unidos, França e Reino Unido. Mas a proposta só recebeu três votos a favor: Bolívia, China e Rússia.
Apresentação: Monica Grayley.