Pesquisa Cepal mostra que para 80% dos latino-americanos, corrupção está disseminada
Três em cada quatro moradores da América Latina têm pouca ou nenhuma confiança em seus governos; relatório foi elaborado pela Comissão Econômica da ONU para América Latina e Caribe com entidades parceiras.
Uma pesquisa da Comissão Econômica da ONU para América Latina e Caribe, Cepal, e entidades parceiras, mostra que três entre quatro latino-americanos têm pouca ou nenhuma confiança em seus governos.
Para 80%, a corrupção está disseminada e apenas 41% da população está satisfeita com a qualidade dos serviços de saúde e 56% aprovam o sistema de educação. São fatores que “contribuem para o descontentamento da população e a falta de vontade em pagar imposto, por considera-los injustificáveis”.
Transparência
Por isso, a Cepal nota ser essencial “reconectar” as instituições públicas da América Latina e do Caribe aos cidadãos e responder melhor às demandas da populEação.
De acordo com o relatório lançado esta semana, a região precisa de “instituições mais transparentes, capazes, confiáveis e inovadoras”. Isso seria um requisito essencial para o desenvolvimento inclusivo dos países.
A Cepal lembra que depois de cinco anos de desaceleração econômica, América Latina e Caribe está “no caminho de uma frágil recuperação”. Pelas estimativas do relatório, o PIB da região deverá crescer entre 2% e 2,5% este ano.
Padrão de vida
Países da América Central poderão ter um desempenho melhor que México e nações da América do Sul e do Caribe. As entidades que produziram o estudo notam ser importante “superar a armadilha da renda média”, ou seja, a desaceleração que ocorre depois de se atingir níveis médios de renda.
O relatório destaca ainda que o enfraquecimento econômico dos últimos anos já estão tendo um impacto no padrão de vida da população: 23% dos latino-americanos ainda vivem abaixo da linha da pobreza e 40% pertencem à classe média vulnerável.
Por outro lado, a expansão rápida da classe média é citada como uma das principais transformações socioeconômicas da América Latina e do Caribe entre 2000 e 2015. Mais de 35% da população é considerada “classe média consolidada”.
A Cepal e as organizações que produziram a pesquisa pedem aos países da região que “repensem suas instituições e construam uma nova conexão entre Estado e cidadãos”, investindo, por exemplo em infraestrutura, tecnologia e inovação e assim, elevando a produtividade.
Apresentação: Leda Letra.