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Chefe humanitário da ONU diz que 1,7 mil civis foram mortos em Ghouta Oriental nas últimas semanas

Mark Lowcock, no ecrã, informa os Estados-membros do Conselho de Segurança.
ONU/Loey Felipe
Mark Lowcock, no ecrã, informa os Estados-membros do Conselho de Segurança.

Chefe humanitário da ONU diz que 1,7 mil civis foram mortos em Ghouta Oriental nas últimas semanas

Paz e segurança

Mark Lowcock afirmou que últimos meses foram dos piores para civis sírios; subsecretário-geral disse que nível de acesso para entrega de ajuda é bem pior do que no ano passado.

O subsecretário-geral para os Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, disse esta terça-feira ao Conselho de Segurança que 1,7 mil civis foram mortos em Ghouta Oriental, na Síria, desde 24 de fevereiro. Vários milhares foram feridos.

O chefe humanitário, que falava por videoconferência, afirmou que “os últimos meses foram dos piores para os civis sírios.”

Deslocados internos

O subsecretário-geral fez um balanço dos deslocados internos no país. Segundo ele, dezenas de milhares de civis de Ghouta Oriental fugiram da cidade nas últimas semanas. Cerca de 80 mil estão em Damasco e zonas rurais perto da cidade. Perto de 20 mil estão no nordeste do país.

Lowcok informou que “a maioria dos abrigos coletivos para deslocados não tem capacidade para acolher um número tão grande de pessoas.” A ONU não gere estes campos, mas iniciou um plano de resposta urgente, e ajuda com bens essenciais.

O conflito também obrigou à fuga de pessoas noutras regiões. Cerca de 185 mil pessoas foram deslocadas em Afrin e na região de Aleppo. A grande maioria delas procurou refúgio em Tal Refaat, mas o chefe humanitário disse que “o fluxo de pessoas está a pressionar as comunidades de acolhimento, que já estavam sobrecarregadas. ”

Em Idleb, onde vivem cerca de 400 mil deslocados internos, Lowcock disse que “a situação continua catastrófica.” Milhares de deslocados continuam a chegar e não existem abrigos para a grande maioria.

Ajuda humanitária

Segundo o chefe humanitário, a ONU e os seus parceiros continuam a pedir acesso a Duma. As organizações estão prontas para entregar ajuda a 16,5 mil pessoas.

O subsecretário-geral referiu vários comboios de ajuda entregues no último mês, mas classificou estes carregamentos como “migalhas”. Ele afirmou que “5,6 milhões de sírios precisam de ajuda urgente e não podem viver com migalhas.”

Segundo ele, no final do primeiro trimestre de 2018, é possível adiantar que “o nível de acesso é muito pior do que era no ano passado.”

Lowcock lembrou que a ONU e os parceiros ajudam cerca de 7,5 milhões de pessoas todos os meses. O chefe humanitário acredita que “sem esta assistência a situação humanitária seria ainda mais catastrófica, e a perda de vidas ainda maior.”

 

Apresentação: Alexandre Soares