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FAO diz que 37 países precisam de ajuda alimentar

No Sudão do Sul, o preço dos alimentos disparou devido à seca.
Foto: PMA/Phil Behan Edit
No Sudão do Sul, o preço dos alimentos disparou devido à seca.

FAO diz que 37 países precisam de ajuda alimentar

Desenvolvimento econômico

Conflitos e condições meteorológicas prejudicam segurança alimentar, sobretudo nos países da África Oriental; Moçambique é a única nação lusófona na lista.

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, informou esta terça-feira que 37 países precisam de ajuda alimentar internacional.

Segundo o relatório “Perspectiva de Culturas e da Situação Alimentar”, mantêm-se os altos níveis de insegurança alimentar no continente africano. Contribuem para a situação os conflitos em vários países e as condições meteorológicas.

Guerra

Em 16 destes países, guerras civis e insegurança são razões diretas para a fome. O relatório cita os casos do Iémen e Burundi, onde os conflitos provocaram o deslocamento de milhões de pessoas e prejudicaram as condições para agricultura.

Na República Democrática do Congo, por exemplo, a inflação quase duplicou em 2017, fazendo disparar o preço dos alimentos.

Chuva

O relatório explica que “chuva desadequada e errática é uma ameaça cada vez maior no Sul de África e na África Oriental, onde muitos lares sofrem com quatro épocas de cultivo com seca consecutivas.”

Em todo o continente, a produção de cereais aumentou no ano passado, depois de ter sofrido uma redução em 2016. Para este ano, no entanto, a FAO estima quedas na Somália, na Tanzânia e no Sudão do Sul.

Quanto aos animais, a FAO diz que “a disponibilidade de pastos continua abaixo da média e as condições do gado pobres.”  No Quénia, por exemplo, a chuva está 80% abaixo dos níveis esperados.

Moçambique

Moçambique é o único país lusófono na lista de 37 nações que precisam de assistência alimentar.

A FAO estima que, durante o primeiro trimestre deste ano, 314 mil pessoas estejam em situação de insegurança alimentar e com necessidade de assistência humanitária. A situação concentra-se nas províncias do interior do país.

O relatório alerta que “é esperado que as condições de segurança alimentar piorem em 2018 nos províncias centrais e do sul, devido às condições meteorológicas adversas que irão causar uma redução na colheita de cereais.”