OIM: “Iémen está à beira de uma calamidade humanitária”
Diretor da agência pede às autoridades maior acesso humanitário; mais de 3 milhões de crianças iemenitas menores de 5 anos correm o risco de desnutrição aguda grave, devido à fome.
Denise Costa da ONU News, em Nova Iorque.
O diretor-geral da Organização Internacional para Migrações, OIM, William Lacy Swing, afirmou que com a situação da fome e cólera a piorarem no Iémen, o país encontra-se “à beira de uma calamidade humanitária”.
Em visita ao país nesta segunda-feira, o diretor-geral da agência exortou às autoridades maior acesso humanitário para permitir que os trabalhadores de ajuda humanitária cheguem aos mais necessitados e salvem vidas.
Conflito Armado
Swing declarou que as autoridades iemenitas têm a responsabilidade de dar acesso aos trabalhadores humanitários, incluindo a reabertura do aeroporto para a entrega de ajuda essencial, e que o mundo tem a obrigação de ajudar o povo iemenita.
Com a escalada do conflito armado o fornecimento de assistência básica tem vindo a piorar, agravando a desnutrição e disseminação de doenças. O Iémen sofre um dos piores surtos de cólera do mundo, e a OIM prevê que até ao fim do ano um milhão de iemenitas devem de contrair a doença.
Desnutrição
Desde outubro de 2016 já morreram mais de 2 mil pessoas devido ao surto, e até agora 750 mil foram atingidos com mais 5 mil pessoas infectadas por dia. Os sistemas de água e saneamento do país estão em ruínas devido ao conflito e quase 80% da população necessita de ajuda imediata.
Além disso, mais de 3 milhões de crianças iemenitas menores de cinco anos correm o risco de desnutrição aguda grave devido à fome. Segundo a Organização Internacional para Migrações, OIM, o conflito no Iémen já dura há mais de dois anos e sem nenhum tipo se resolução.
Migrantes
William Swing destacou ainda que a situação dos quase 6 mil migrantes que continuam a entrar no país todos os meses é particularmente preocupante. Ele referiu que os migrantes e refugiados procuram atravessar o Iémen para os países do Golfo na esperança de encontrar trabalho.
O representante acrescentou que para os iemenitas e migrantes, o conflito prolongado “tornou-se um pesadelo sem fim”.
Durante a sua visita, o chefe da OIM encontrou-se com pessoas deslocadas pelo conflito, que receberam assistência da agência há poucas semanas e pela primeira vez desde que fugiram das suas casas há mais de um ano.