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Nações Unidas dizem que vão insistir na retirada de civis de Alepo BR

Jan Egeland em coletiva de imprensa em Genebra. Foto: ONU/Luca Solari

Nações Unidas dizem que vão insistir na retirada de civis de Alepo

Equipe do enviado especial menciona pouca confiança, muito medo e desentendimentos; nenhuma equipe humanitária  conseguiu evacuar feridos da cidade; operação é considerada perigosa e complexa.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

Segundo o conselheiro especial da ONU para a Síria, a organização não desistirá de retirar de Alepo cerca de 1 mil civis que estão doentes ou feridos. Jan Egeland falou a jornalistas em Genebra, nesta quinta-feira.

O representante da ONU afirmou que “todos falharam até agora”, porque não houve uma única evacuação organizada para retirar os sírios de Alepo e nenhum caminhão conseguiu entrar na cidade com mantimentos.

Operação Complexa

Há quatro meses que as equipes humanitárias estão sem conseguir entregar comida ou medicamentos no leste de Alepo. Segundo Egeland, existe “muita pouca confiança, muito medo e muitos desentendimentos”, além de mensagens confusas sobre uma operação que ele considera ser “complexa e perigosa”.

Egeland afirma que ninguém vai desistir do plano e as equipes vão tentar novamente retirar de Alepo os doentes e feridos para que eles possam ser atendidos com medicamentos, comida e outros itens essenciais.

Jan Egeland afirmou também que a guerra na Síria está piorando e afetando cada vez mais as crianças. Num novo apelo, ele pediu para que homens “engravatados com cargos políticos e militares” permitam às equipes da ONU chegar até os civis e protegê-los da melhor maneira possível.

Zona de Morte

Na quarta-feira, o subsecretário-geral da ONU para Assistência Humanitária, Stephen O’Brien, pediu aos países-membros do Conselho de Segurança para salvarem os moradores de Alepo.

Segundo ele, a cidade virou uma zona de morte, com 400 pessoas sendo assassinadas e quase 2 mil feridas nas últimas semanas.

Também no dia 26, comboios humanitários conseguiram alcançar uma outra cidade síria, Homs. As equipes entregaram alimentos, água e kits de saneamento para 70 mil pessoas que estão cercadas no bairro Al-Waer.

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