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Agências da ONU alertam sobre despero de civis em Alepo, na Síria BR

Crianças em Alepo, Síria. Foto: Acnur/Bassam Diab

Agências da ONU alertam sobre despero de civis em Alepo, na Síria

Ocha disse que existem mais de 2 milhões de pessoas sem acesso à eletricidade; pelo menos 250 mil permanecem sem ter como sair do leste da cidade, a segunda maior cidade do país.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

Várias agências da Nações Unidas lançaram um alerta nesta terça-feira sobre  a crítica realidade dos civis na Síria.

O Escritório do Enviado Especial da ONU ao país informou que o tema será debatido num encontro fechado no Conselho de Segurança.

Pausa

A ONU pediu uma pausa humanitária em Alepo, a segunda maior cidade síria. Pelo menos 250 mil pessoas estão sem poder sair do local desde julho.

No fim de semana, a saída para o oeste de Alepo também foi fechada dificultando ainda mais a situação dos moradores.

Segundo o Escritório de Assistência Humanitária da ONU, Ocha, 2 milhões de pessoas estão sem energia elétrica e acesso à água potável, como informou o porta-voz da agência, Jens Laerke.

Remédios

Laerke disse que os estragos foram feitos por ataques realizados nesta semana aos serviços de infraestrutura da região. Ele disse que a ONU está pronta para socorrer a população afetada, mas que para chegar a eles é preciso a implementação de um cessar-fogo de 48 horas, pelo menos.

Uma outra preocupação é a falta de remédios e alimentos.

Já o porta-voz do Unicef  informou que as crianças estão correndo risco de infecções, o que está sendo agravado por uma forte onda de calor.  Já Organização Mundial da Saúde, OMS, chamou a atenção para o fato de que 80% dos hospitais e 13 dos 28 postos de saúde não estão funcionando ou operam com capacidade reduzida por causa dos combates.

Clínica móvel

Pelo menos seis trabalhadores de saúde foram mortos em Alepo somente este ano.  Para cada médico assassinado, 40 sírios ficam sem assistência.

No sábado, uma clínica móvel foi atacada em Alepo. A unidade era apoiada por quatro agências da ONU incluindo Pnud e Unfpa. No ataque, cinco civis foram mortos. A clínica tinha capacidade para atender 3 mil pacientes por mês.

O porta-voz da OMS informou que os ataques ao pessoal e instalações de saúde têm aumentado, o que é uma violação às leis internacionais e pode inclusive ser considerado crime de guerra.