Caças mataram dezenas de milhares de elefantes na África e tendência continua
Avaliação é da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção, Cites; tratado é apoiado pela ONU; relatório cita “sinais encorajadores”, e diz que “é preciso fazer mais”.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.
Muitos elefantes africanos continuaram a enfrentar graves ameaças a sua sobrevivência em 2015 devido ao comércio ilegal de marfim e índices “inaceitavelmente altos” de caça furtiva.
O alerta é da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção, Cites, na sigla em inglês. O acordo é apoiado pela ONU.
Sinais Encorajadores
O secretário-geral da Cites, John Scanlon, afirmou que “há alguns sinais encorajadores”, mas “que é preciso fazer muito mais”.
Segundo Scanlon, o “impulso gerado nos últimos cinco anos” está sendo traduzido em ações mais fortes e profundas para combater a caça furtiva e o tráfico ilícito”.
Ele citou guardas no terreno e policiais e alfândegas em portos e mercados ilegais.
Marfim
Para Scanlon, governos precisam continuar a fortalecer suas ações em toda a cadeia ilegal de suprimento de marfim. Ele defendeu também que órgãos internacionais e a sociedade civil devem aumentar seu apoio para que sejam revertidos os “índices arrasadores” de caça furtiva na última década.
Os dois programas de monitoramento do Cites sobre comércio e caça ilegal de elefantes apresentarão seus relatórios na conferência de Estados-parte em setembro.
Os documentos indicam que as tendências de crescimento acentuado de caça furtiva, que começaram em 2006, começaram a se estabilizar com índices continentais se tornando estáveis ou com ligeira queda.
Risco de Extinção
No entanto, segundo o Cites, os níveis de caça furtiva permanecem altos demais para permitir que as populações de elefantes se recuperem e algumas já enfrentam risco de extinção.
O relatório calcula que o número de elefantes mortos ilegalmente na África entre 2010 e 2015 chegue a dezenas de milhares anualmente.
Apesar de tendências gerais estarem no caminho certo, segundo a Convenção, a caça furtiva destes animais no ano passado permanece uma causa de grave preocupação.
Os níveis mais sérios foram, mais uma vez, registrados nas Áfricas Central e Ocidental, onde as mortes ilegais continuam a ultrapassar em muito as naturais.
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