ONU elogia condenação de ex-presidente do Chade
Chefe de Direitos Humanos, Zeid Al Hussein, saudou decisão de um tribunal especial no Senegal condenando Hissène Habré por crimes contra a humanidade, execuções sumárias, tortura e estupro.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
O alto comissário da ONU de Direitos Humanos, Zeid Al Hussein, saudou esta segunda-feira a condenação do ex-presidente do Chade, Hissène Habré, por crimes contra a humanidade, execuções sumárias, tortura e estupro.
Zeid afirmou que "depois de anos de lutas e muitos contratempos no caminho por justiça, o veredito é "histórico". Segundo ele, as vítimas de Habré, condenado a prisão perpétua, vão ter um "sentimento de alívio".
Mensagem Clara
Hissène Habré governou o Chade entre 1982 e 1990 e nega as acusações de que tenha ordenado o assassinato de mais de 40 mil pessoas durante o período em que ficou no poder.
O alto comissário da ONU disse ainda que "num mundo marcado por atrocidades constantes, as ramificações do veredito são globais". Ele declarou que apesar da possibilidade de apelação, a decisão envia uma mensagem clara aos responsáveis por sérias violações dos direitos humanos.
Segundo Zeid, "ninguém está acima da lei e, um dia, eles também vão ser levados à justiça para responder por seus crimes".
O chefe de direitos humanos afirmou que seguindo as condenações anteriores do ex-presidente da Libéria, Charles Taylor, e do ex-líder sérvio-bósnio, Radovan Karadzic, o veredito de Habré mostra que mesmo chefes de Estado que cometeram crimes, vão ser responsabilizados.
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