Zeid: ataque a comboio na Síria “é provavelmente crime de guerra”

Chefe de Direitos Humanos da ONU disse que não se sabe ainda como “essa atrocidade” ocorreu ou quem são os responsáveis; dos pelo menos 96 mortos, 67 são crianças.

Edgard Júnior, da ONU News em Nova Iorque.

O alto comissário da ONU de Direitos Humanos, Zeid Al Hussein, afirmou que o ataque a um comboio de ônibus na Síria, ocorrido no fim de semana, “é provavelmente um crime de guerra”.

Dezenas de pessoas estavam fazendo a viagem entre duas cidades sírias controladas pelo governo, Foah e Kefraya. Dos 96 mortos, 67 eram crianças.

Atrocidade

Segundo as autoridades, pelo menos 120 civis estão internados ou receberam tratamento no hospital universitário de Alepo.

Zeid disse que até o momento não se sabe ainda como “essa atrocidade aconteceu e nem quem são os responsáveis”.

O porta-voz do Escritório de Direitos Humanos, Rupert Colville, explicou que a população dessa região tem enfrentado o risco de bombardeios há mais de dois anos.

Segundo Colville, as pessoas estão com pouca comida e remédios e vivem com um medo constante de ataques por grupos armados.

Desaparecidos

O porta-voz disse ainda que alguns civis feridos no ataque estão desaparecidos. Há relatos de que tenham sido levados por grupos armados de oposição para hospitais em Idlib, área sob controle deles.

Rupert Colville disse que “dada a simpatia dessas pessoas pelo governo sírio, suas famílias e a ONU estão preocupadas com a segurança desses civis”.

Em Genebra, o porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, Christophe Boulierac, também condenou o ataque a moradores de Foah e Kefraya.

Ele afirmou que as crianças continuam sofrendo ataques diários no país onde 2,8 milhões de jovens vivem em áreas de difícil acesso humanitário e 280 mil crianças estão vivendo em regiões sitiadas.

Notícias relacionadas:

Unicef lamenta seis anos de "carnificina" na Síria

Síria: ONU condena ataque a pessoas sendo retiradas de Foah e Kefraya