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Com campanhas de vacinação, África está perto de eliminar meningite A

A vacina introduzida é chamada MenAfriVac e foi desenvolvida como parte da ajuda aos Ministérios da Saúde da África Subsaariana. Foto: OMS/R. Barry

Com campanhas de vacinação, África está perto de eliminar meningite A

OMS lembra que durante um século, 26 países da região Subsaariana foram afectados pela infeção bacteriana que pode matar ou causar danos severos ao cérebro; vacina foi introduzida há cinco anos e houve baixa nos casos.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, celebra progressos para o controlo da meningite A em África. Segundo a agência da ONU, durante um século, a infeção bacteriana atingiu 26 países da região Subsaariana. Todos os anos, pessoas morriam ou ficavam incapacitadas.

A OMS destaca que a doença é muito temida no continente, porque pode matar ou causar danos severos ao cérebro numa questão de horas. Mas cinco anos após a introdução da vacina contra a meningite A, o continente africano está próximo de eliminar a doença.

Custo

Em 2013, foram confirmados apenas quatro casos no cinturão de 26 países, que vai desde o Senegal até à Etiópia. A vacina introduzida é chamada MenAfriVac e foi desenvolvida como parte da ajuda aos Ministérios da Saúde da África Subsaariana.

A OMS menciona um surto de meningite A em 1996, que infetou mais de 250 mil pessoas e matou 25 mil pacientes durante alguns meses. Cada dose da vacina custa US$ 0.50 e onde foi implementada, os casos da doença praticamente desapareceram.

Resultados

Em Genebra, a diretora do projeto de vacinação contra meningite da OMS, apresentou nesta terça-feira alguns números sobre o sucesso da campanha

Marie-Pierre Préziosi disse que a vacinação foi realizada em 16 países do cinturão e beneficiou 237 milhões pessoas entre um e 29 anos de idade. Entre as nações estão Burkina Faso, Camarões, Chade, Etiópia, Níger, Sudão e Togo.

O diretor de Imunização da OMS confirmou que a epidemia de meningite A está praticamente eliminada em África. Mas Jean-Marie Okwo-Bele destaca que os países precisam manter um alto nível de proteção e continuar a incluir a vacina no calendário de imunização.

A vacina MenAfriVac é fabricada pelo Instituto Serum da Índia. Além da OMS, o Unicef, a Fundação Bill & Melinda Gates e a Fundação Gavi e a organização Path celebram o sucesso da campanha, iniciada em 2010.

Cerca de 90% das pessoas vacinadas ainda tinham anticorpos cinco anos após receber a dose. Outro benefício adicional é o aumento da imunidade ao tétano, já que os casos da doença em recém-nascidos diminuiu 25% nos países africanos que aplicaram a vacina.

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