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Unicef alerta para aumento da crise de crianças refugiadas na Europa BR

Refugiados num barco à caminho da Europa. Foto: Guarda Costeira Italiana/Massimo Sestini

Unicef alerta para aumento da crise de crianças refugiadas na Europa

Agência da ONU diz que problema não vai acabar até que sejam solucionadas as questões humanitárias na Síria e por toda a região; conflito no país deixou 16 milhões, metade crianças, necessitando de ajuda.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, alertou que a crise de migrantes e refugiados na Europa irá aumentar se não forem feitos esforços para acabar com o conflito na Síria.

Segundo a agência da ONU, é preciso resolver a situação humanitária das pessoas atingidas pela violência. A guerra no país deixou 16 milhões de sírios, quase a metade deles crianças, necessitando de ajuda e proteção, incluindo serviços básicos de saúde, educação e saneamento, além do fornecimento de água.

Dignidade

O diretor regional do Unicef para o Oriente Médio e norte da África, Peter Salama, disse que “os sírios gostariam de permanecer no país se pudessem se sentir seguros, viver em paz e ser tratados com dignidade”.

Salama afirmou que eles “arriscam suas vidas e de seus filhos na fuga para a Europa porque não têm outra opção e não conseguem ver nenhum futuro para eles ou para as crianças”.

O Unicef informou que 2 milhões de crianças estão fora das escolas na Síria e 5 milhões de pessoas vivem em cidades espalhadas por todo o país que sofrem com interrupções no abastecimento de água.

A Organização Mundial da Saúde informou que mais de 50% dos hospitais públicos estão funcionando parcialmente ou estão fechados.

Apelo

O número de refugiados sírios nos países vizinhos já passou dos 4 milhões, metade deles crianças. Os sírios representam também o maior grupo de refugiados e migrantes que chegou à Europa este ano.

A Turquia abriga 2 milhões de sírios, o Líbano mais de 1 milhão e a Jordânia 630 mil.

O Unicef afirmou que o apelo humanitário de US$ 903 milhões para cobrir as operações no país neste ano conseguiu menos da metade do dinheiro até agora.

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