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Sistema de água volta a funcionar em Alepo, após 48 dias de interrupção BR

Menino sírio carrega jarro com água em acampamento para deslocados em Alepo, Síria. Foto: Unicef/Razan Rashidi

Sistema de água volta a funcionar em Alepo, após 48 dias de interrupção

Mais de 2 milhões de pessoas na cidade síria ficaram privadas do recurso natural, usado como arma de guerra pelos lados em conflito; Unicef faz apelo e explica que instalação produz 400 milhões de litros de água limpa por dia.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

Após 48 dias sem funcionar, foi restaurado um sistema de fornecimento de água em Alepo, na Síria. Segundo o Fundo da ONU para a Infância, Unicef, a instalação fornece água potável para 2 milhões de pessoas em Alepo e arredores, produzindo 400 milhões de litros de água limpa por dia.

O Unicef revela que 1 milhão de crianças dependem do sistema para ter acesso à água potável e assim, evitar doenças causadas pela água contaminada, como a diarreia.

Ataques

A agência da ONU denuncia que a água está sendo usada como “arma de guerra por todos os lados” e milhões de civis estão sem acesso ao bem natural. As táticas incluem fechamento do sistema de abastecimento de água e ataques aéreos ou por terra.

O Unicef documentou tais táticas em Alepo, Damasco, Dara e Hama. No ano passado, por exemplo, mais de 5 milhões de sírios enfrentaram falta de água. A agência da ONU faz um apelo aos lados em conflito, pedindo o fim dos ataques aos sistemas de água e para que o serviço não interrompido.

Mulheres

O enviado especial da ONU para a Síria também divulgou uma mensagem sobre a situação no país, especialmente das mulheres que estão mostrando “coragem e resiliência”.

Staffan de Mistura cita mães que perderam seus filhos, viúvas e mulheres que perderam seus irmãos. Ele gravou uma mensagem para o Dia Internacional da Mulher, celebrado neste 8 de março.

De Mistura pede que tanto oposição quanto governo sírio incluam as mulheres no processo político e nas negociações sobre o país. Para o enviado da ONU, a voz das mulheres sírias precisa ser ouvida, para que elas possam demonstrar sua “coragem, determinação, dignidade e resiliência”.