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Unicef apoia iniciativas para reintegrar mil ex-crianças-soldado centro-africanas

Crianças centro-africanas libertadas de grupos armados. Foto: Unicef

Unicef apoia iniciativas para reintegrar mil ex-crianças-soldado centro-africanas

Meta é beneficiar 350 mil menores com projetos financiados pela União Europeia; plano destaca oferta de serviços de educação e saúde; entre 6 mil a 10 mil crianças estão em grupos armados do país africano.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, anunciou esta sexta-feira duas iniciativas para restaurar os serviços básicos de educação e saúde para 350 mil crianças centro-africanas.

A União Europeia investiu  € 21 milhões nos projetos para as regiões mais afetadas pela crise. A ideia é reabilitar e equipar 300 escolas, formar e colocar professores além de reforçar as capacidades do Ministério da Educação.

Grupos Armados

Os outros objetivos incluem integrar cerca de mil crianças libertadas de grupos armados em programas de educação. Ao todo, o país tem entre 6 mil a 10 mil crianças nessas fileiras, sendo considerado um dos maiores registos do mundo.

Os projetos devem apoiar a prestação de serviços básicos de saúde para menores de cinco anos. As doenças a serem tratadas incluem a malária, as infeções respiratórias, a diarreia e a desnutrição aguda.

Reconstrução

O representante do Unicef na República Centro-Africana, Mohamed Malick Fall, disse que é preciso pensar na reconstrução dos serviços sociais básicos de longa duração numa altura em que o país segue rumo à paz. Para ele, os menores são as primeiras vítimas do conflito.

A delegação da UE que visita a República Centro-Africana é dirigida pelo embaixador Jean-Pierre Reymondet-Commoy. O diplomata disse que o sucesso do Fórum de Bangui demonstra o compromisso dos centro-africanos com o trabalho para a paz e o desenvolvimento sustentável.

O Unicef considera extremamente preocupantes os indicadores básicos de desenvolvimento humano do país, que é o oitavo pior em termos de mortalidade infantil. A República Centro-Africana tem a terceira pior taxa de mortalidade materna no mundo.

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