Violência no Sudão do Sul força fuga de mais de 100 mil pessoas
Acnur informou que maioria seguiu para três países vizinhos; conflitos impediram entrega de ajuda humanitária para 650 mil sul-sudaneses.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova York.*
O Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, alertou que os intensos combates nos últimos dois meses forçaram a fuga de mais de 100 mil pessoas do Sudão do Sul. A maior violência ocorreu nos estados de Unidade e do Alto Nilo.
O Acnur informou esta terça-feira que os conflitos impediram a distribuição de ajuda humanitária para cerca de 650 mil pessoas. As organizações parceiras da ONU foram obrigadas a deixar as regiões afetadas.
Sudão, Etiópia e Uganda
O porta-voz da agência, Adrian Edwards, disse que cerca de 60 mil sul-sudaneses fugiram para o Sudão, para a Etiópia e para Uganda desde janeiro deste ano.
Segundo o Acnur, subiu para 555 mil o número de pessoas que abandonaram as suas casas desde o início dos combates entre o governo e a oposição em dezembro de 2013. Os deslocados chegam a 1,5 milhão.
A agência da ONU está preocupada com a crescente insegurança alimentar na região. Mais de 3,8 milhões de sul-sudaneses não têm comida suficiente, o que equivale a um terço da população do país.
Plano de Resposta
Até o momento, o Plano de Resposta Regional para os Refugiados do Sudão do Sul em 2015 recebeu apenas 10% do valor necessário para cobrir as operações de ajuda.
Em maio, os vizinhos Sudão, Etiópia e Uganda registraram "grande aumento" nas chegadas. Somente na semana passada, cerca de 6 mil sul-sudaneses seguiram para o Sudão, e 4 mil para Uganda.
Na preparação para um maior fluxo de refugiados, a agência da ONU revelou que são necessários mais artigos de ajuda humanitária com a aproximação da estação das chuvas. Muitas áreas com refugiados podem ficar sem acesso por causa dos alagamentos.
*Apresentação: Edgard Júnior.
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