Ocha: pausa humanitária no Iêmen facilitou assistência de difícil acesso
Nos primeiros quatro dias da trégua foram distribuídos alimentos suficientes para mais de 270 mil pessoas por um mês e combustível para garantir acesso à água para 1,2 milhão; parceiros humanitários calculam que mais de 500 mil pessoas foram deslocadas no país entre 26 de março e 7 de maio.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.
Segundo o Escritório da ONU para Coordenação de Assistência Humanitária, Ocha, a pausa humanitária no Iêmen facilitou muito o acesso a áreas extremamente difíceis de serem alcançadas.
Pessoas atingidas pelo conflito tiveram a possibilidade de sair de regiões inseguras, buscar cuidados médicos e receber ajuda.
Primeiros Dias
Nos primeiros quatro dias da trégua, organizações parceiras enviaram comida suficiente para cobrir as necessidades alimentares de mais de 273 mil pessoas por um mês.
Também foram distribuídos itens não alimentares para cerca de 32 mil pessoas e combustível para garantir a 1,2 milhão de pessoas acesso à água potável.
Segundo o Ocha, insegurança, escassez de combustível e outros desafios logísticos prejudicaram a plena implementação do plano humanitário durante a pausa.
Mortos
Instalações de saúde dizem que desde 19 de março, 1.820 pessoas morreram e 7.330 ficaram feridas por causa do conflito. De acordo com o Ocha, estes números estão, provavelmente, subestimados.
Parceiros humanitários calculam que mais de 545 mil pessoas foram deslocadas no Iêmen entre 26 de março e 7 de maio. Este número é baseado em uma revisão dos relatórios de deslocamento de colaboradores individuais.
Durante a pausa humanitária de cinco dias, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, conseguiu distribuir ajuda para centenas de milhares de crianças e civis no país.
Entre os suprimentos estão remédios para doenças como diarreia e infecções respiratórias agudas, itens de nutrição, obstetrícia, higiene e tanques de água.
Crianças
Nos últimos quatro dias, o Unicef levou suprimentos para locais que vão fornecer saúde primária a mais de 24 mil pessoas, sendo 3,5 mil crianças gravemente desnutridas.
Além disso, 18 equipes médicas móveis foram ativadas em todo o país, especialmente no sul onde a distribuição e os serviços foram prejudicados por conta da violência contínua.
Segundo o representante da agência no Iêmen, Julien Harneis, “durante a pausa, o Unicef pôde distribuir assistência para pessoas em todo o país”. Ele disse, no entanto, que “ajuda humanitária não pode substituir as necessidades de 26 milhões de pessoas que foram cortadas de um fornecimento regular de importação de comida e combustível”.
Desde que o conflito se intensificou, em 26 de março, 115 crianças foram mortas e 172 feridas. Segundo o Unicef, 30 escolas e 23 hospitais foram atacados.
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