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Acnur apela a governos que continuem operações para salvar vidas em alto mar BR

Barcos de pesca na Baía de Bengala. Foto: Acnur/S.H.Omi

Acnur apela a governos que continuem operações para salvar vidas em alto mar

Segundo agência da ONU, há relatos contínuos de milhares de pessoas presas em barcos de contrabandistas entre o mar de Andamão e o Estreito de Malaca; na Líbia, OIM está fornecendo assistência aos migrantes resgatados no mar.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.

A agência da ONU para Refugiados, Acnur, pediu nesta terça-feira aos governos do sudeste asiático que intensifiquem as ações de busca e resgate e mantenham abertas as suas fronteiras.

Há relatos contínuos de milhares de pessoas presas em barcos de contrabandistas entre o mar de Andamão, próximo à Baía de Bengala, e o Estreito de Malaca.

Abandonados

O porta-voz da agência, Adrian Edwards, afirmou, em Genebra, que a ONG parceira “the Arakan Project” calcula que milhares de pessoas possam estar à deriva no mar ao serem abandonadas por contrabandistas que buscam evitar a prisão, após repressão recente na Tailândia e na Malásia.

Acredita-se que a maioria seja de Bangladesh ou do povo Rohingya. Segundo o porta-voz, o Acnur saudou o resgate recente de centenas de pessoas na costa da Indonésia e da Malásia.

No entanto, ele afirmou, que a agência foi alertada de que pode haver mais barcos na região que ainda precisam ser localizados. O Acnur apelou aos governos que continuem suas operações para encontrá-los e resgatá-los com segurança.

Segundo Edwards, acredita-se que “muitos estejam enfraquecidos após dias, ou possivelmente semanas, com pouca comida e água”.

Sobreviventes

Equipes do Acnur estão na Tailândia, na Indonésia e na Malásia, em apoio às ações do governo.

Na Malásia, autoridades locais afirmam que 1.093 pessoas, chegaram de barco em Langkawi no domingo. Um funcionário da agência da ONU está no local e segundo o porta-voz, o Acnur ofereceu assistência ao governo.

As pessoas incluem tanto migrantes como requerentes de asilo. A prioridade é a ajuda humanitária e, em seguida, a identificação dos que precisam de proteção internacional.

Direitos Básicos

O Acnur apela contra a detenção indefinida das pessoas resgatadas, que devem ter acesso a direitos básicos e serviços incluindo unificação com as famílias, abrigo, cuidados de saúde e, onde possível, direito a trabalhar enquanto se buscam soluções.

A agência afirma estar pronta para ajudar a abordar as causas deste fluxo de saída, incluindo a resolução de questões de cidadania dos Rohingya.

Líbia

Na Líbia, um crescente número de naufrágios está acontecendo perto da costa, com migrantes que continuam embarcando para a Itália em barcos sem condições de navegar.

Muitas das embarcações são interceptadas pela guarda costeira líbia antes que cheguem a alto mar. Isso tem aumentado o número de migrantes que precisam de assistência urgente em vários portos do país.

O escritório da Organização Internacional para Migrações, OIM, em Trípoli está fornecendo assistência aos migrantes resgatados no mar.

Segurança

Além de responder às suas necessidades imediatas, parceiros da OIM também estão fornecendo apoio psicossocial aos migrantes mais vulneráveis, incluindo mulheres, crianças e menores desacompanhados.

Segundo a agência parceira da ONU, a situação de segurança dentro da Líbia é muito “desafiadora”, e o movimento de sua equipe está em grande parte limitado a Trípoli.

No entanto, através de seus parceiros locais, a OIM está fornecendo assistência humanitária a migrantes e deslocados internos em várias partes do país.

O programa, que tem o apoio da União Europeia, atingiu mais de 2,9 mil famílias deslocadas e 2,6 mil migrantes, incluindo aqueles resgatados no mar.

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