Unodc afirma que contrabando de migrantes não pode continuar BR

Chefe da agência da ONU declarou que prática ocorre através das fronteiras e está ligada a questões de paz e segurança, direitos humanos e desenvolvimento; Yuri Fedotov disse que as vítimas estão nas mãos de grupos criminosos.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
O diretor-executivo do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, Unodc, Yuri Fedotov, afirmou que “o contrabando de migrantes é uma tragédia que não pode continuar”.
Fedotov fez a declaração esta segunda-feira, na abertura da 24ª sessão da Comissão sobre a Prevenção de Crime e Justiça Criminal, que está sendo realizada em Viena, na Áustria.
Paz e Segurança
O chefe do Unodc disse que essa prática ocorre através das fronteiras e que está intimamente ligada a questões de paz e segurança, direitos humanos e desenvolvimento.
Ele disse que ficou “horrorizado” com as mortes de migrantes em naufrágios no mar Mediterrâneo, em abril. Fedotov afirmou que, depois disso, milhares de outros refugiados e migrantes já morreram no mundo inteiro, em jornadas perigosas para alcançar o destino final.
Segundo o diretor-executivo do Unodc, essas pessoas estão, geralmente, nas mãos de grupos criminosos.
Fedotov disse que a Convenção da ONU sobre Crime Organizado Transnacional e o protocolo sobre contrabando de migrantes podem ser eficazes na luta contra essas redes de contrabando.
Políticas Coerentes
Para que isso aconteça, o chefe do Unodc afirmou que “as políticas devem ser coerentes e as respostas integradas e inclusivas entre os países de origem, trânsito e destino”.
Ele afirmou que toda essa estratégia deve ter como base o princípio de “responsabilidade compartilhada”.
Mais de mil representantes de governos e da sociedade civil estão participando do encontro. Durante os cinco dias de reuniões, as autoridades vão discutir a questão dos terroristas estrangeiros.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também demonstrou preocupação com a situação dos migrantes, principalmente, no Mar de Andaman e no estreito de Malaca, entre a Malásia e a Indonésia.
Ban pediu aos líderes da região que protejam as vidas dos migrantes e respeitem a lei internacional. O chefe da ONU mencionou também a necessidade do desembarque em tempo apropriado dos migrantes que estão a bordo dos barcos.
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