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ONU marca Dia Internacional de Crianças-Soldado pedindo fim da prática BR

Ex-criança-soldado sul-sudanesa. Foto: Unicef Sudão do Sul/2015/Doune Porter

ONU marca Dia Internacional de Crianças-Soldado pedindo fim da prática

Recrutamento de menores para conflitos ainda é problema grave, especialmente dentro de grupos armados; segundo Nações Unidas, milhares de meninos e meninas são combatentes em mais de 20 países.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

No Dia Internacional Contra o Uso de Crianças-Soldado, neste 12 de fevereiro, as Nações Unidas estão pedindo ação urgente para acabar com essa grave violação contra os direitos das crianças.

O Fundo da ONU para a Infância, Unicef, e a representante do secretário-geral para Crianças e Conflitos Armados divulgaram um comunicado conjunto sobre o tema.

Suicidas

Segundo Leila Zerrougui, os governos têm feito progressos para reconhecer que não pode haver crianças em seus exércitos, mas o problema ainda é grande dentro dos grupos armados.

Dezenas de milhares de meninos e de meninas estão associados a forças armadas e a grupos armados em mais de 20 países em conflito. No Afeganistão, as crianças são recrutadas por forças nacionais e em casos extremos, usadas como homens-bomba.

África

Em alguns territórios da Síria e do Iraque controlados pelo Isil, crianças de pelo menos 12 anos passam por treinamento militar e também são utilizadas para carregar bombas em ataques suicidas, segundo a nota de Zerrougui e do Unicef.

Na República Centro-Africana, onde a violência sectária continua sendo um problema, meninos e meninas de oito anos de idade são recrutados para o combate por todos os lados em conflito.

Desmobilização

Já na República Democrática do Congo, os meninos são enviados para o campo de batalha, enquanto as meninas são usadas como escravas sexuais. No Sudão do Sul, foram alistadas 12 mil crianças-soldado somente no ano passado.

Nas últimas duas semanas, cerca de 550 menores foram libertados pela Facção Cobra do Exército Democrático do Sudão do Sul. Eles receberam apoio do Unicef para serem reintegrados às suas famílias e receber assistência psicológica.

No Dia Internacional, o Unicef pede mais investimentos nos setores econômico e da educação, para que as crianças fiquem longe dos conflitos.