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Dois terços das crianças não vacinadas vivem em países em conflito BR

Crianças sírias em Madaya. Foto: Unicef/Al Saleh

Dois terços das crianças não vacinadas vivem em países em conflito

Sudão do Sudão tem a taxa mais alta de crianças que não receberam imunização essencial, 61%; seguido da Somália e da Síria; relatório do Unicef é lançado às vésperas da Semana Mundial da Imunização.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

Quase dois terços das crianças que não receberam vacinas básicas vivem em países em conflito. Essa é a principal conclusão de um relatório divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef.

O Sudão do Sul é a nação do mundo com a taxa mais alta: 61% das crianças não estão imunizadas. Na sequência vem a Somália, com 58% e a Síria, com 57%.

Doenças

Segundo o Unicef, em países onde confrontos predominam, muitas vezes há destruição proposital de serviços de saúde vitais à população. Em outros casos, a insegurança prejudica que as vacinas cheguem até as crianças.

Sarampo, diarreia, infecções respiratórias e desnutrição são as principais causas de doenças e de mortes entre menores de idade. Quando há conflitos ou emergências, os efeitos pioram.

Comparações

Menos de 1% das crianças que pegam sarampo em um país onde não há confronto morrem. Mas em campos de refugiados, 30% das crianças com sarampo morrem.

A falta de comida, de água e de abrigo apropriado torna as crianças ainda mais vulneráveis a doenças. O Unicef lembra que a pólio já foi eliminada no resto do mundo, mas os casos continuam no Afeganistão e no Paquistão.

Campanhas

Antes do conflito na Síria, 80% das crianças recebiam vacinas. Mas agora, somente 43% são imunizadas. E após 14 anos sem nenhum caso de pólio, a doença voltou a aparecer em 2013.

O Unicef promove campanhas de vacinação em vários países em conflito, como a que ocorre este mês no Yêmen. Mais de 4,5 milhões de crianças receberam a imunização contra a pólio.

A agência enviou para a Líbia 1,5 milhão de doses de vacina e no Paquistão, 36 milhões de menores de idade estão recebendo as doses contra a pólio.

O alerta do Unicef antecede a Semana Mundial de Imunização, que começa no domingo e segue até 30 de abril.

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