Combate ao uso de crianças-soldado é tema de dia internacional
Na RD Congo, chefe da Missão da ONU condena recrutamento de milhares de menores, forçados por grupos armados ao combate; no Sudão do Sul, Unicef celebra a libertação de 300 crianças que estavam a lutar no conflito.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
Esta quinta-feira, 12 de fevereiro, marca o Dia Internacional Contra o Uso de Crianças-Soldado. O chefe da Missão da ONU na República Democrática do Congo, Monusco, divulgou uma mensagem em referência à data.
Martin Kobler condena a utilização de “milhares de menores por grupos armados que estão a atuar no país". No entanto, o chefe da Monusco saúda o governo congolês pela adoção, em 2012, de um plano de ação contra o recrutamento de crianças para lutar nos conflitos armados.
Escola
O comunicado de Kobler destaca que 300 mil meninos e meninas, com menos de 18 anos, estão a atuar como soldados em 30 confrontos pelo mundo. O chefe da Monusco lembra que lugar de criança é na escola e não no campo de batalha.
Num outro país africano, o Sudão do Sul, o Fundo da ONU para a Infância, Unicef, celebra a libertação de 300 crianças que combatiam no conflito.
Ajuda Psicológica
Os menores entregaram as suas armas e os seus uniformes numa cerimónia no estado de Jonglei. Eles passaram a sua primeira noite livres num centro, a receber comida, água e roupas. Segundo o Unicef, os menores recebem assistência de saúde e psicossocial.
Na semana passada, a Fação Cobra já havia libertado 249 crianças entre 11 e 17 anos de idade, no vilarejo de Gumuruk. O braço do Exército Democrático Sul Sudanês, já informou o Unicef que tem 3 mil crianças nos seus grupos armados.
A agência da ONU destaca que muitos menores estiveram a lutar no conflito durante quatro anos e agora tentam reintegrar-se na sociedade. Cerca de 180 já foram reunidas com suas famílias e outras 70 estão sob os cuidados do Unicef, enquanto aguardam a reunificação. Os menores recebem refeições e assistência psicológica.
*Apresentação : Denise Costa.