ONU quer mobilizar a comunidade internacional para ajudar a Guiné-Bissau
Afirmação foi feita pelo representante especial do secretário-geral para o país no Conselho de Segurança; Miguel Trovoada disse que a ONU está a apoiar os planos de desenvolvimento do governo guineense.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
O representante especial do secretário-geral da ONU para a Guiné-Bissau, Miguel Trovoada, falou ao Conselho de Segurança sobre a situação no país.
Em entrevista à Rádio ONU depois do discurso, Trovoada falou sobre a reforma no setor militar e também da cooperação da ONU com o país africano.
Planos
“O governo definiu seus planos de desenvolvimento a médio prazo mas também os outros planos trabalhados que são os de emergência e de contingência. Estão a ser implementados e nós estamos a apoiar em todas as fases, particularmente de reformas, de setores muito sensíveis como a defesa, a segurança e também a justiça.”
O representante especial citou alguns avanços em relação ao diálogo nacional entre todos os partidos políticos e a promoção da reconciliação nacional.
Sobre a reforma no setor de segurança, Trovoada falou a respeito da criação de um fundo financeiro especial para a reforma ou pensão dos militares. Nesse sentido, ele disse que a ministra da defesa já apresentou uma lista dos primeiros militares a serem reformados, cerca de 300 e da polícia, cerca de 100.
Comunidade Internacional
Ele disse ser necessário mobilizar a comunidade internacional para esses fundos de reforma que já tem alguma verba fornecida pelo Fundo de Consolidação da Paz, para que possa ser alimentado e possa passar a fase seguinte.
“Que é além daqueles militares que vão ser desmobilizados, portanto vão para a reforma alguns, outros serão reconvertidos na sociedade civil, em outras atividades, e ainda alguns vão permanecer nas forças armadas junto com os outros que serão recrutados que farão parte da formação do novo exército da Guiné-Bissau. Nessa altura, o exército (será) formado numa perspectiva republicana, disciplinado, cumpridor das ordens e respeitador do poder civil e democraticamente constituído.”
Trovoada falou também sobre a importância dos financiamento e da mesa redonda de doações que será realizada no fim de março, na Bélgica.
Ele afirmou que não tem uma previsão de quanto o país poderá arrecadar nesse encontro, mas segundo o representante da ONU a organização está a acompanhar o processo.
Trovoada disse que o governo guineense tem suas prioridades e elas serão apresentadas na reunião em Bruxelas. Ele espera que elas traduzam a visão das autoridades para um futuro imediato e sirvam para preparar as bases para o desenvolvimento do país.
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