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Conselho de Segurança debate presença da ONU na Guiné-Bissau

Conselho de Segurança debate situação na Guiné-Bissau. Foto: ONU/Devra Berkowitz

Conselho de Segurança debate presença da ONU na Guiné-Bissau

Relatório do secretário-geral recomenda renovação do mandato do Escritório das Nações Unidas no país, Uniogbis, por mais um ano; representante de Ban Ki-moon em Bissau, Miguel Trovoada participa na reunião.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Conselho de Segurança reúne-se esta quinta-feira para analisar o novo relatório do secretário-geral da ONU sobre a situação na Guiné-Bissau. Desde meados do ano passado, o país tem um novo governo democraticamente eleito, mais de dois anos após um golpe de Estado.

O relatório de Ban Ki-moon, divulgado em janeiro, atende ao pedido do próprio Conselho de analisar o mandato do Escritório da ONU em Bissau, Uniogbis, com base na nova realidade política do país africano de língua portuguesa.

Corrupção

De acordo com o documento, a Guiné-Bissau está comprometida com a reforma política. Um dos exemplos citados foi a eleição, em novembro, pelo Parlamento de um inspetor-geral para a luta contra a corrupção. No mesmo mês, o Ministério da Defesa iniciou um programa de reforma militar voluntária, que está a ser realizado em parceria com as Forças Armadas guineenses.

O secretário-geral da ONU também recomenda o fortalecimento do diálogo político entre várias partes com a promoção da reconciliação nacional. O Uniogbis participa nos debates que são acompanhados pelo Presidente da República e outras autoridades assim como líderes religiosos.

O relatório apresentado ao Conselho de Segurança chama a atenção para a quantidade de tentativas de golpes e alegações, ao todo mais de 10, desde a independência do país, em 1974. Até hoje, nenhum governo foi concluído até o fim por causa de problemas políticos.

Desenvolvimento

Segundo Ban, paz e segurança na Guiné-Bissau estão profundamente ligadas ao desenvolvimento do país africano.

O documento menciona ainda as previsões de crescimento de 2,5% da economia em 2015, feitas pelo Fundo Monetário Internacional após o retorno dos investimento ao país africano.

A exportação de castanha de caju continua a ser a principal fonte de renda do governo. A decisão de reabrir a fronteira com a Guiné Conacri, que havia sido fechada em agosto por causa da ameaça do vírus ébola também deve ajudar a alavancar o comércio regional.

O representante especial do secretário-geral da ONU no país, Miguel Trovoada, participa na reunião do Conselho de Segurança.

Ele também deve pedir o apoio de representantes da comunidade internacional para a conferência de doadores, marcada para o fim de março em Bruxelas, capital da Bélgica.

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