Mais de 500 mil pessoas podem ficar sem alimentos na Etiópia, diz PMA

Agência aponta fluxo de refugiados do Sudão do Sul como um dos motivos para pedir mais apoios; programas de distribuição de comida precisam urgentemente de US$ 50 milhões.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Mais de 570 mil refugiados na Etiópia podem passar os próximos três meses sem receber comida do Programa Mundial de Alimentação, PMA.
A interrupção deve ser ditada pelo apoio insuficiente dos doadores às ações de ajuda alimentar no país. A agência diz precisar urgentemente de US$ 50 milhões até ao fim do ano.
Refugiados
Entre as razões para o pedido do montante está o fluxo massivo de refugiados, que desde o início deste ano fogem da guerra e da violência no Sudão do Sul. Até o fim de 2014, prevê-se que se registe uma subida para o dobro dos atuais 145 mil sul-sudaneses abrigados no país.
De acordo com o diretor do escritório do PMA na Etiópia, Abdou Dieng, a partir de 2015 serão necessários cerca de US$ 250 milhões anuais.
A falta de sinais de estabilidade nos vizinhos Somália e Sudão do Sul não faz prever um retorno dos refugiados desses países.
Assistência Internacional
A agência espera que estes permaneçam na Etiópia, e que apesar da abertura deste país para os abrigar, observa que a comunidade internacional tem a obrigação de prestar assistência a estes refugiados.
As mulheres e crianças compõem a grande maioria dos refugiados sul-sudaneses nos campos do oeste da Etiópia.
O PMA aponta para condições nutricionais críticas dos recém-chegados, após terem caminhado dias para chegar à fronteira e a sobreviver de folhas e de raízes ao longo do percurso.