ONU deve levantar sanções contra militares guineenses, diz Ramos Horta
Presidente do Conselho de Segurança contactado pelo representante do secretário-geral na Guiné-Bissau; entre os argumentos apresentados para suspender a proibição de viagens é a contribuição para a estabilização.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
O banimento de viagens imposto há dois anos contra membros da chefia militar da Guiné-Bissau é uma das apostas do representante especial do secretário-geral no país, nos seus últimos dias no cargo.
A revelação foi feita por José Ramos Horta à Rádio ONU, em entrevista exclusiva na sede da organização. Segundo o enviado, os contactos com a diplomacia internacional envolvem a Comunidade dos Países da África Ocidental, Cedeao.
Conselho de Segurança
“Já tenho dito, aqui em Nova Iorque, aos membros da União Europeia, da Cedeao e ao embaixador da Rússia na sua qualidade de presidente do Conselho de Segurança que gostaria de ver levantado o travel ban, a proibição de viagens, de vários membros das Forças Armadas e de outros. Eles contribuíram para a estabilização do país e para o retorno à ordem democrática. Tem que ser o mais rápido possível. Felizmente, como deixo de ser SRSG (sigla em inglês para o cargo) terei mais liberdade de falar sobre o assunto. Quero ver se o Conselho de Segurança faz a sua cota parte em que travel ban é levantado o mais rapidamente possível.”
O banimento contra cinco líderes militares guineenses foi declarado por unanimidade no Conselho, um mês depois do golpe de Estado de abril de 2012.
Generais
Os alvos da decisão foram o general António Injai, o major-general Mamadu Ture, o general Estêvão Na Mena, o brigadeiro-general Ibraima Camara, e o tenente-coronel Daba Naualna.
A resolução exigia medidas imediatas para restaurar e respeitar a ordem constitucional, incluindo um processo eleitoral democrático e a garantia de retorno dos soldados aos quartéis e o abandono das suas posições de autoridade.
*Apresentação: Denise Costa.