ONU condena morte de civis em ataque suicida no Afeganistão
Pelo menos 15 pessoas morreram e 50 foram feridas na ação ocorrida na província de Faryab; representante das Nações Unidas no país destaca ser trágico o uso cada vez maior de explosivos improvisados.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
As Nações Unidas condenaram nos termos mais fortes um ataque suicida ocorrido esta terça-feira na província de Faryab, no norte do Afeganistão. Pelo menos 15 civis morreram e 50 foram feridos na ação.
Segundo relatos, o autor do ataque usou um explosivo improvisado, que foi detonado no centro da capital da província, Maimana. O governo local teria confirmado duas crianças entre os mortos e uma grávida teria sido ferida.
Apelo
O vice-representante especial do Secretário-Geral para o Afeganistão afirmou ser “trágico” o aumento das mortes de civis por bombas improvisadas.
Nicholas Haysom destacou que o uso desses explosivos em locais como mercados é uma “atrocidade” e não pode ser justificado. Segundo o representante, a Missão da ONU no Afeganistão, Unama, já pediu diversas vezes o fim imediato do uso de bombas improvisadas, especialmente em áreas povoadas por civis.
Crime de Guerra
A Unama lembra que a utilização desses explosivos pode até ser considerada crime de guerra. A lei humanitária internacional, que deve ser respeitada por todos no Afeganistão, proíbe o uso de armas e de ataques que não diferenciam alvos militares de civis.
Desde o começo do ano, 190 civis foram mortos no país por ataques suicidas e outras ações envolvendo o uso dos explosivos. Este total é 14% maior do que o observado entre janeiro e meados de março de 2013.
A ação violenta ocorreu enquanto o país se prepara para as eleições presidenciais e locais, marcadas para 5 de abril. A Unama também pediu esta terça-feira que o processo eleitoral seja livre de fraudes, porque os “afegãos merecem eleições inclusivas, confiáveis e transparentes”, que ajudem na estabilidade do país.