OIT diz que mundo enfrenta uma profunda crise de justiça social
Diretor-geral da agência fez a declaração para marcar o Dia Mundial da Justiça Social; Guy Ryder pediu aos legisladores que trabalhem por uma verdadeira recuperação socioeconômica global.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
O diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho, OIT, Guy Ryder, afirmou que o mundo enfrenta hoje “uma profunda crise social, que também é uma crise de justiça social”.
Ryder fez a declaração para marcar o Dia Mundial da Justiça Social, celebrado esta quinta-feira 20 de fevereiro.
Políticas
Ele pediu aos legisladores do mundo inteiro que trabalhem pela implementação de políticas que promovam uma verdadeira recuperação socioeconômica global.
O chefe da OIT disse que mesmo antes do surgimento da crise financeira em 2008, metade do mundo vivia abaixo da linha da pobreza, com menos de US$ 2,00 por dia, pouco mais de R$ 4,00.
Além disso, Ryder afirmou que milhões passavam fome e muitos outros não tinham qualquer perspectiva de conseguir um bom trabalho.
Geração de Jovens
Atualmente, ele declarou que um geração inteira de jovens enfrenta uma perspectiva de mais incertezas e prosperidade futura do que a enfrentada por seus pais.
Em Nova York, o representante da OIT junto às Nações Unidas, Vinícius Pinheiro, falou em entrevista à Rádio ONU sobre a importância dos programas sociais.
“No Brasil, cerca de 25% da queda da desigualdade é explicada por políticas de assistência social, como o Bolsa Família, de transferência de renda, e políticas de fortalecimento do benefício previdenciário.”
Vinícius Pinheiro falou ainda sobre a possibilidade de se erradicar a pobreza.
“Acho que a lição é muito clara. Se há vontade política é possível implementar políticas distributivas, é possível erradicar a pobreza e é possível criar um padrão de desenvolvimento mais justo. Essa é a mensagem fundamental de hoje que é o Dia Mundial da Justiça Social.”
Direito Humano
Segundo a OIT, a proteção social é ao mesmo tempo um direito humano e uma boa política econômica. O seguro social facilita o acesso à saúde, à educação e à nutrição.
Da mesma forma, sistemas de proteção social bem estruturados apoiam não só a renda mas também o consumo, como também criam o chamado “capital humano” e aumentam a produtividade.