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Alerta para violência e insegurança alimentar na República Centro-Africana

Alerta para violência e insegurança alimentar na República Centro-Africana

FAO diz que 40% da população precisam de ajuda urgente; Unicef diz que violência contra crianças no país é uma afronta à humanidade.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova Iorque.*    

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO alertou que 1,2 milhão de pessoas carecem de ajuda alimentar urgente na República Centro-Africana.

Segundo a agência, a cifra representa mais de 40% da população do país e corresponde a quase o dobro da estimativa feita em fevereiro deste ano.

Insegurança

A FAO afirmou que os agricultores centro-africanos precisam de assistência para evitar uma situação de insegurança alimentar.

As colheitas no país caíram de forma drástica neste ano devido ao conflito civil que se espalhou por todo o país, após ter iniciado na região nordeste. Calcula-se que 500 mil pessoas tenham fugido das suas casas por medo da violência, e que muitos agricultores não tenham acesso às suas terras.

A agricultura é responsável por mais da metade do Produto Interno Bruto do país, onde mais de 75% da população vive em áreas rurais.

Unicef

Entretanto, o Fundo da ONU para a Infância também fez um alerta sobre a violência contra as crianças da República Centro-Africana. O último relatório indica que, em média, três pessoas morreram por hora na semana passada, devido aos confrontos armados no país.

Segundo a agência, os assassinatos, os abusos e as agressões aos menores são uma afronta à humanidade.

Cristãos e Muçulmanos

O diretor executivo do Unicef, Anthony Lake, afirmou que o conflito no país já afetou 2,3 milhões de crianças. Ele disse que os menores são mortos por cristãos e muçulmanos e que também são recrutados por grupos armados.

O Unicef e as organizações parceiras conseguiram vacinar mais de 480 mil crianças com menos de cinco anos contra o sarampo. Apesar da situação volátil o Fundo continua a fornecer ajuda nas áreas mais atingidas pelo conflito nas cidades de Bangui, Bossongoa e Bandoro.

As autoridades estimam que mais de 500 mil pessoas estejam deslocadas.

*Apresentação: Eleutério Guevane