Países em desenvolvimento perdem até US$ 40 bilhões com corrupção
Estimativa é do Banco Mundial; esta semana, no Panamá, ocorre a maior reunião internacional sobre a luta contra a corrupção, organizada pelo Escritório da ONU sobre Drogas e Crime, Unodc.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
O Panamá está abrigando a Conferência sobre a Convenção da ONU contra Corrupção. O encontro, que começou na segunda-feira, reúne delegações de todo o mundo.
Segundo o Banco Mundial, os países em desenvolvimento perdem, todos os anos, até US$ 40 bilhões, equivalentes a mais de R$ 90 bilhões, com este tipo de crime.
Mulheres, Crianças e Homens
A conferência no Panamá é considerada o maior encontro do mundo sobre combate à corrupção. O chefe do Unodc, Yury Fedotov, afirmou que a “corrupção rouba o desenvolvimento sócio-econômico e também as oportunidades de cidadãos comuns de progredir e melhorar.”
Fedotov lembrou que sem a corrupção e o suborno, milhões de mulheres, crianças e homens não seriam traficados como escravos, e milhares de pequenas armas não conseguiriam chegar a seus destinos assim como toneladas de drogas ilícitas.”
Ao ser perguntado sobre o tema, o ministro do Desenvolvimento Agrícola do Brasil, Pepe Vargas, falou à Rádio ONU sobre o combate à corrupção no país.
Impunidade
“Eu diria que se constituiu no Brasil, nos últimos anos, uma institucionalidade que facilita o combate à corrupção. Mas, infelizmente, apesar de tudo isso, as pessoas que são desonestas, as pessoas que querem se aproveitar daquilo que é de todos e não só delas, existem. E parto do princípio que existirão sempre. O importante é a gente ter mecanismos que efetivamente permitam combater a corrupção e combater acima de tudo a impunidade.”
A Conferência sobre a Convenção da ONU contra a Corrupção é o único instrumento jurídico universal contra este tipo de crime. O documento tem 168 Estados participantes. Nos últimos quatro anos, foram treinados mais de 1,4 mil especialistas contra corrupção que levaram assistência a 35 países promovendo emendas à constituição.
A reunião internacional no Panamá deve durar cinco dias e conta com mais de 1,5 mil participantes.