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Violência na RD Congo leva milhares a fugirem a pé para o Uganda

Violência na RD Congo leva milhares a fugirem a pé para o Uganda

Ofensiva final aos rebeldes M23 obriga mais de 10 mil pessoas a entrarem no país vizinho, refugiados atravessam e muitas crianças são separados das suas famílias.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, informou que o ataque final para combater rebeldes na República Democrática do Congo está a provocar uma vaga de fugas para o país vizinho, Uganda.

Segundo o Acnur, mais de 10 mil congoleses entraram no país vizinho, nos últimos dias, quando se intensificaram os conflitos entre tropas do governo e os membros do grupo rebelde M23. A ofensiva conta com o apoio de soldados da ONU liderados pelo general brasileiro Carlos Alberto dos Santos Cruz.

Famílias

As vítimas da violência procuram refúgio no distrito de Kisoro, no sudoeste do Uganda, perto da cidade congolesa de Bunagana, como informou o porta-voz do Acnur, de Genebra, Adrian Edwards.

Segundo Edwards, muitos refugiados estão a atravessar a fronteira a pé. Ele contou que os congoleses têm que enfrentar chuva e frio para entrar no Uganda.

Cerca de 60% do grupo que chegou nos últimos dias são crianças. Muitas delas foram separadas das suas famílias e estão a entrar desacompanhadas no país vizinho. Segundo o Acnur, mais de 100 menores estão nesta situação, no momento.

Abrigos

De acordo com a agência da ONU, os refugiados estão a ser levados para o Centro de Trânsito, onde recebem donativos e abrigos improvisados.

Muitos deles precisam de atendimento médico por sofrerem desidratação e diarreia.

Funcionários do Acnur disseram que várias bombas estão a cair perto da fronteira levando pânico aos congoleses e aos ugandenses que vivem na região. Vários fecharam o comércio, outros trancaram-se nas suas casas, com medo dos combates.

Segundo a agência, a situação no leste da República Democrática do Congo continua tensa, na manhã desta terça-feira.

*Apresentação: Denise Costa.