Aumenta fluxo de sul-sudaneses que fogem da violência, segundo Acnur

Agência destaca combates a 300 quilómetros da capital, Juba; centenas de casas foram incendiadas e saqueadas; Uganda recebe 500 refugiados diários do Sudão do Sul; RD Congo acolhe mais de 6 mil pessoas desde dezembro.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, declarou esta sexta-feira que crescem as preocupações com o aumento da insegurança no estado sul-sudanês de Equatória Ocidental e o seu impacto sobre os civis.
Em nota, emitida em Genebra, a agência destaca combates que ocorrem próximo da região de Yambio, situada a 300 quilómetros da capital Juba.
Crimes
O Acnur aponta a ação de jovens armados na região marcada por tiros esporádicos e o aumento de crimes com assaltos a viaturas, ataques a propriedades do governo, violação sexual e pilhagem.
Cerca de 200 casas foram incendiadas e outras centenas saqueadas, o que leva as populações a buscar refúgio no centro da cidade ou em aldeias vizinhas. Pelo menos 500 refugiados por dia são registados na fronteira com o Uganda desde o início da semana.
Estima-se que 15 mil pessoas foram deslocadas nos condados de Yambio e Tambura desde o princípio de dezembro passado.
Colheitas Fracassadas
Além da violência, os refugiados citam como razão para deixarem as suas habitações a insegurança alimentar devido a colheitas fracassadas.
Em dezembro, combates entre grupos locais e o exército sul-sudanês em Equatória Ocidental provocaram um fluxo de mais de 4 mil deslocados para o nordeste da República Democrática do Congo.
Refugiados
Na semana passada, o governo congolês registou 268 novas entradas, um número que fez subir os deslocados provenientes do Sudão do Sul para 6.181. O grupo inclui congoleses que antes viviam em território sul-sudanês como refugiados.
O conflito entre o governo e rebeldes iniciado em dezembro de 2013 produziu uma das maiores emergências humanitárias atuais, com 2,3 milhões de pessoas forçadas a fugir de suas casas.
Cerca de 650 mil sul-sudaneses atravessaram as fronteiras para pedir abrigo na região e 1,65 milhão continuam no território sul-sudanês.
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