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Brasil recebeu US$ 30 bilhões de investimento estrangeiro direto BR

Brasil recebeu US$ 30 bilhões de investimento estrangeiro direto

Montante foi obtido no primeiro semestre do ano; segundo a Unctad, o fluxo global foi de US$ 745 bilhões, um aumento de 4% em relação ao mesmo período do ano passado.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

Entre janeiro e junho deste ano, o Brasil recebeu US$ 30 bilhões (mais de R$ 66 bilhões) de investimento estrangeiro direto, IED. O cálculo é da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, Unctad.

De Genebra, o economista da Unctad, Rolf Traeger, explicou à Rádio ONU que o fluxo de investimento para o Brasil foi estável no primeiro semestre.

Atrativos  

“A composição do investimento estrangeiro direto no Brasil mudou em relação ao ano passado. Houve uma queda do investimento estrangeiro direto em projetos novos e em fusões e aquisições. Em compensação, houve um aumento dos lucros reinvestidos das companhias estrangeiras. Como resultado desta estabilidade total, o Brasil ficou na oitava posição entre os países receptores de todo o mundo.”

Entre os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o Brasil só ficou atrás da China e da Rússia, que receberam, respectivamente, US$ 67 bilhões e US$ 56 bilhões entre janeiro e junho.

Em nível global, os investimentos estrangeiros diretos foram de US$ 745 bilhões na primeira metade deste ano, um aumento de 4% na comparação com o mesmo período de 2012.

A Unctad estima que o fluxo de investimento encerre o ano nos mesmos níveis de 2012, devido aos riscos da zona do euro e o “abismo fiscal” dos Estados Unidos, como destaca Rolf Traeger.

Consumo

“No geral, os investimentos estrangeiros diretos que foram mandados aos países desenvolvidos tiveram um recúo em relação ao ano passado. No caso específico da Europa Ocidental, houve uma queda de 20%, na comparação com o primeiro semestre do ano passado. Foi esse o caso da Alemanha, da França, da Holanda e da Suíça.”

O levantamento também nota o crescimento mais lento de alguns mercados emergentes e uma demanda mais fraca de consumo nos países desenvolvidos.

Em relação à África, o Unctad nota uma queda de 5% dos investimentos estrangeiros diretos no primeiro semestre do ano. A Nigéria, por exemplo, atraiu no período US$ 2,6 bilhões, menos da metade do obtido em 2012.