Agências da ONU unem-se para combater epidemias em áreas de refugiados
No acampamento de Yusuf Batil, no Sudão do Sul, já foram registados até 500 novos casos de hepatite E por semana; mas campanha de saúde ajudou a reduzir contaminação a quatro ou menos casos semanais.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
Várias agências das Nações Unidas estão a investir na redução de casos de hepatite E e de outras epidemias em acampamentos de refugiados no Sudão do Sul.
Segundo o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, ações de saúde pública ajudaram a reduzir em 99% os casos da doença no acampamento de Yusuf Batil, onde havia até 500 notificações de infeções por semana.
Água Contaminada
O surto da hepatite coincidiu com uma nova vaga de refugiados do estado do Nilo Azul no Sudão durante o verão de 2012.
A hepatite E está associada a más condições de higiene. A doença é transmitida por contacto físico e água contaminada com fezes.
O Acnur redobrou os esforços para fornecer água potável e latrinas equipadas com torneiras para a lavagem de mãos.
A agência está a formar os refugiados para o uso dos equipamentos com uma campanha de consciencialização pública.
Enchentes
Os instrutores ensinam a importância de lavar as mãos com água e sabão, de manter as latrinas limpas e de evitar o uso de casas de banho ao céu aberto.
Já no acampamento de Doro, um dos mais populosos do país com mais de 46,6 mil refugiados, o Acnur está a preparar a retirada de 10 mil pessoas de áreas propensas a enchentes.
Contaminação
No ano passado, o local registou de 50 a 80 novos casos de hepatite E por semana. Com a campanha das agências da ONU, o número caiu para 16.
O Acnur informou que alguns residentes acreditam que a doença vem de Deus e que somente ele poderá parar a contaminação.
Até este mês, mais de 11 mil casos haviam sido notificados em acampamentos da província de Maban. A doença matou 241 pessoas.
*Apresentação: Denise Costa.