Hepatite E alastra mas esgotam fundos para o Sudão do Sul, diz Acnur
Agência diz precisar de um mínimo de US$ 20 para manter atividades básicas vitais; 26 pessoas morreram e mais de mil casos da doença foram registados em acampamentos de refugiados.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, alertou esta sexta-feira para a necessidade de “conter o surto de hepatite E que ameaça a crescente população de refugiados” no Sudão do Sul.
Em nota, emitida em Genebra, a agência indica que a doença é endémica no estados do Alto Nilo e de Unidade, que albergam 175 mil refugiados sudaneses.
Riscos
O Acnur diz ter esgotado o financiamento para as operações de refugiados no país, tendo alertado para os riscos de novas entradas dos estados do Kordofan Sul e do Nilo. Os deslocamentos ocorrem devido a questões humanitárias e de insegurança.
Até ao fim do ano, a agência diz precisar de um mínimo de US$ 20 para manter atividades básicas vitais. Apenas 40% do apelo de US$ 186 milhões foi recebido até ao momento.
Estradas
Espera-se um aumento do fluxo de chegadas nas próximas semanas e que as estradas sejam fechadas devido ao período chuvoso.
O número de casos de hepatite E nos acampamentos de refugiados situam-se em 1,050, com o registo de 26 mortos. Ocorreram mais 10 casos fatais desde a eclosão da doença em meados de Setembro.
Contaminação
Suspeita-se que a doença, que danifica o fígado e pode ser fatal, tenha alastrado através do consumo de alimentos e de água contaminada.
De acordo com o Acnur, técnicos do Centro norte-americado de Controlo de Doenças fizeram o teste na água, em amostras de sangue e conduziram entrevistas domiciliárias sobre práticas de higiene.