Iémen: Unicef quer atenção para nutrição, apesar de estabilidade política
Cerca de 58% do país é afetado pela desnutrição e pelo nanismo; agência pediu revisão da pena de morte relativamente a crimes cometidos por crianças.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, estima que mais de 255 mil crianças sofram de desnutrição aguda no Iémen.
De acordo com um comunicado da agência, a situação ocorre numa altura em que metade da população do país não tem acesso à água potável. A precariedade da situação humanitária ocorre paralelamente aos “progressos significativos com vista a alcançar a estabilidade política.”
Nanismo
O Unicef aponta altos níveis de desnutrição crónica e do nanismo como resultado da insegurança alimentar. Cerca de 58% do país sofre com o problema, o que o coloca entre as mais altas taxas de nanismo no mundo.
As recentes crises políticas e conflitos internos são tidos como responsáveis pelo aumento do número de iemenitas a viver na pobreza. O Unicef menciona, ainda, a destruição extensiva de escolas e de outras infraestruturais vitais.
O sul do Iémen foi marcado por confrontos entre o exército e rebeldes islamitas. Há dois anos, o país foi palco do movimento de protestos conhecido como Primavera Árabe, que culminou com a saída do presidente Ali Abdoulah Saleh do poder, que governou o país por mais de 30 anos.
Ameaça
Uma grande ameaça para a prestação de assistência à população afetada é a insegurança. De acordo com o Unicef, os alvos são funcionários humanitários que sofrem sequestros frequentes.
Por outro lado, a agência aponta que cerca de 25 crianças estão no corredor da morte, devido a várias infrações penais no Iémen.
Juntamente com outros parceiros, o Unicef disse ter exortado ao governo para que reveja a pena de morte relativamente a crimes cometidos por crianças.
*Apresentação: Denise Costa.