TPI revela desapontamento devido à falta de progressos em Darfur
Falando no Conselho de Segurança, promotora-chefe do órgão destaca vários crimes e impunidade como problemas que afetam a região sudanesa.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A promotora-chefe do Tribunal Penal Internacional, TPI, disse estar desapontada pela falta de ação relativamente à questão de Darfur, após o Conselho de Segurança a ter submetido ao órgão.
Desde 2005, o TPI emitiu mandados de prisão contra o líder sudanês, sob acusações de genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade. Omar al-Bashir tornou-se o primeiro presidente em exercício a ser indiciado pelo Tribunal.
As declarações de Fatou Bensouda foram feitas, esta quarta-feira, no órgão, numa reunião de atualização sobre a situação da região sudanesa.
No seu pronunciamento, Bensouda disse que continuam os bombardeamentos aéreos, o uso da violência sexual como arma de guerra e a imposição deliberada de restrições na distribuição de ajuda humanitária.
Segundo referiu, os atos ocorrem durante o que chamou “crise humanitária urgente” e que, aliados à impunidade, são os maiores problemas para a região e para os que se importam com o que acontece com as vítimas.
Fugas
A promotora lembrou as declarações da subsecretária-geral para a Assistência Humanitária, Ocha, Valeria Amos, que pediu, recentemente, à comunidade internacional para não ignorar a questão de Darfur.
Após visitar o país, em finais de maio, Amos referiu que mais de 300 mil pessoas foram forçadas a fugir da área somente nos primeiros cinco meses deste ano. A cifra supera o total de deslocados nos últimos dois anos.
O número juntou-se aos cerca de 2,7 milhões de deslocados que deixaram a região desde o início do conflito entre rebeldes, forças do governo e milícias aliadas em 2003.