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ONU alerta sobre mortes no Oceano Índico em barcos de contrabandistas BR

ONU alerta sobre mortes no Oceano Índico em barcos de contrabandistas

Mulheres e crianças da comunidade apátrida de Rohingya, do oeste de Mianmar, estão entre a maioria das vítimas.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, pediu uma ação urgente para evitar mais mortes de pessoas, que tenham cruzar o Oceano Índico em barcos de traficantes de seres humanos.

O alerta foi feito nesta sexta-feira em comunicado da agência. Segundo o Acnur, a maioria das vítimas são mulheres e crianças da comunidade apátrida de Rohingya.

Baía de Bengala

Eles vivem no estado de Rakhine, no oeste de Mianmar, a antiga Birmânia.

O porta-voz do Acnur, Andrej Mahecic, disse que o Oceano Índico se tornou uma das áreas mais mortais do mundo para os que tentam fugir de seus países.

A agência acredita que dos 13 mil passageiros que passaram por barcos contrabandistas, em 2012, cerca de 500 morreram quando a embarcação virou na Baía de Bengala.

Budistas e Muçulmanos

Somente neste ano, milhares de pessoas já podem ter tentado fazer a travessia.

O Acnur disse que está preocupado com a situação de membros da comunidade Rohingya, do oeste de Mianmar.

Eles não são reconhecidos pelo governo birmanês e por isso são classificados de apátridas. Confrontos entre muçulmanos Rohingya e budistas étnicos Rakhine, que vivem no estado de Rakhine, começaram em junho passado, levando 115 mil pessoas a fugir da violência.

Muitos estão sendo abrigados em acampamentos em Bangladesh.

Nos incidentes mais recentes com barcos de traficantes de seres humanos, 90 pessoas da comunidade de Rohigya morreram de desidratação e fome durante uma viagem de dois meses. Mais de 30 sobreviventes foram resgatados da mesma embarcação no fim de semana pela marinha do Sri Lanka.

O Acnur está pedindo à Malásia, ao Sri Lanka e à Tailândia para acomodar os passageiros resgatados sob o motivo de assistência humanitária urgente.

O tema será discutido em um encontro regional do Acnur, marcado para o próximo mês, em Jacarta, na Indonésia.