Guterres pede coordenação para conter mortes em barcos no Oceano Índico
Encontro para discutir o tema está agendado para Março na Indonésia; estimativas apontam para cerca de 500 mortes no mar em 2012.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O alto comissário da ONU para os Refugiados reiterou o seu apelo aos países da região da Ásia e Pacífico com vista ao trabalho em conjunto para conter a morte de pessoas contrabandeadas em barcos no Oceano Índico.
Um encontro para discutir o tema está agendado para o próximo mês na capital indonésia, Jakarta. António Guterres pediu que a reunião, a ser organizada pela agência, resulte em soluções adotadas de forma coordenada.
Contrabandistas
O Acnur revelou estimativas apontando para 500 mortes no mar durante o ano passado, por motivos que vão desde o naufrágio à avaria das embarcações no Oceano Índico. A região é tida como das piores do mundo para pessoas que deixam os seus países ou são traficadas por contrabandistas.
Em nota, Guterres alerta para o “número alarmante de vidas perdidas”, tendo pedido um esforço mais concertado por parte dos países da região. O objetivo é abordar as causas e a prevenção das mortes.
Barcos à Deriva
Para o representante, o problema não pode ser resolvido com medidas como ordens de retorno, recusa de desembarque ou barcos deixados à deriva durante semanas.
A sugestão de Guterres é que seja adotada uma série de abordagens melhores, mais articuladas e com compaixão.
Em meados deste mês, mais de 30 pessoas foram recuperadas na costa leste do Sri Lanka, refere o Acnur. Presume-se que outros 90 elementos do grupo teriam morrido durante uma viagem de várias semanas a partir da Baía de Bengala, um golfo situado a nordeste do Oceano Índico.