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Relator quer libertação de iranianos vencedores do prêmio Sakharov BR

Relator quer libertação de iranianos vencedores do prêmio Sakharov

Advogada Nasrin Sotoudeh e cineasta Jafar Panahi foram detidos supostamente por atividades ligadas às suas profissões;  relatora brasileira que assinou comunicado diz que prisões afetam independência do Judiciário.

 

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

Um grupo de relatores independentes das Nações Unidas apelou ao Irã para libertar, imediatamente, dois prisioneiros políticos.

A advogada de direitos humanos, Nasrin Sotoudeh, e o cineasta Jafar Panahi são ganhadores do Prêmio Sakharov de Liberdade de Pensamento, que é concedido pelo Parlamento Europeu.

Greve de Fome

Em comunicado, o relator especial sobre a situação dos direitos humanos no Irã, Ahmed Shaheed, disse que está preocupado com a saúde da advogada Nasrin Sotoudeh, que iniciou uma greve de fome no último dia 17 na prisão. De acordo com o relator, parentes da advogada também estariam sofrendo restrições.

Para a relatora sobre defensores de direitos humanos, Margaret Sekaggya, as detenções da advogada e do cineasta devem-se a atividades ligadas ao trabalho dos dois.

Um outro especialista, Frank La Rue, disse que os filmes produzidos por Panahi e o ativismo político do cineasta não podem ser motivos, uma vez que as leis internacionais garantem o exercício do discurso político pacífico.

Prêmio Nobel da Paz

Segundo relatos, pelo menos 32 advogados e vários defensores de direitos humanos estão detidos no Irã. Muitos deles trabalham com a ganhadora do Prêmio Nobel da Paz iraniana, Shirin Ebadi.

A relatora sobre a independência de juízes e advogados, a brasileira Gabriela Knaul, afirmou que está “seriamente preocupada” com o que chamou de uma campanha de perseguição constante de advogados de direitos humanos no Irã.  Segundo ela, os atos têm implicações graves sobre o funcionamento e a independência do sistema judiciário do país.