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Relatores condenam prisão de defensores de direitos humanos no Irã BR

Relatores condenam prisão de defensores de direitos humanos no Irã

Segundo especialistas, sentenças são severas e indicam repressão contra as ações legítimas dos ativistas; juíza brasileira Gabriela Knaul faz parte do grupo que pede libertação imediata dos detidos.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

Um grupo de relatores independentes da ONU condenou, nesta sexta-feira, as prisões e as “sentenças severas” a defensores dos direitos humanos no Irã.

Os especialistas expressaram preocupação em particular com a situação de Nargess Mohammadi, que está com a saúde extremamente frágil. Ela é ex-vice-presidente do Centro de Defensores dos Direitos Humanos no Irã.

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Mohammadi foi detida, em 21 de abril, e condenada a seis anos de prisão por ações consideradas “contra a segurança nacional” e “propaganda contra o regime”.

Entre os outros presos, estão membros do Comitê de Relatores de Direitos Humanos, além de Abdolfattah Soltani e Nasrin Sotoudeh, ambos advogados que representam vários ativistas políticos e de direitos humanos.

Soltani, preso em setembro, foi condenado a 18 anos de cadeia. Já Sotoudeh recebeu uma pena de seis anos e foi proibida de exercer a função de advogada por 10 anos.

Libertação

Entre os especialistas da ONU que condenaram as sentenças está a juíza brasileira Gabriela Knaul. A relatora especial para a Independência de Juízes e Advogados lembrou que o governo do Irã “tem a obrigação de garantir que advogados possam exercer sua profissão” sem serem intimidados, impedidos ou perseguidos.

Knaul apelou ainda para que eles não sejam acusados por nenhum ato realizado durante o trabalho.

Os relatores independentes da ONU pedem a libertação imediata dos defensores e de todos aqueles que foram presos por promover de forma pacífica os direitos humanos no Irã.