Assistência a refugiados somalis ‘em risco’ na Etiópia, alerta o Acnur
Mais de 54 mil somalis cruzaram a fronteira para a região devido à fome e conflitos em 2011; cerca de 1,7 mil refugiados chegam diariamente ao sudeste da Etiópia.
[caption id="attachment_200790" align="alignleft" width="350" caption="António Guterres com refugiados somalis, em Dollo Ado, na Etiópia"]
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, alertou, esta sexta-feira, para o risco de sobrecarga das suas operações de assistência aos refugiados somalis no sudeste da Etiópia.
A agência pede “uma rápida e robusta resposta internacional” à crise provocada pela seca e deslocamentos no Corno de África. De acordo com o Acnur, cerca de 1,7 mil refugiados somalis chegam diariamente à Etiópia.
Recém-chegados
Numa visita realizada, esta quinta-feira, à região de Dollo Ado, no sudeste da Etiópia, o alto comissário para Refugiados, António Guterres, pediu que seja acelerada a assistência aos recém-chegados da Somália.
No local, Guterres auscultou preocupações de somalis que perderam filhos ou deixaram para trás parentes doentes durante a viagem. Desde o princípio do ano, mais de 54 mil somalis cruzaram a fronteira para a região devido à fome e conflitos no seu país.
Apelo
Entretanto, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, lançou um apelo humanitário de US$ 31,9 milhões para apoiar crianças necessitadas da região do Corno de África.
De acordo com uma nota da agência, publicada em Genebra, o valor visa garantir assistência a crianças malnutridas e salvar do risco de doenças que afectam a região.
Assistência Alimentar
Num outro desenvolvimento, o Programa Mundial de Alimentação, PMA, disse estimar que o número de necessitados de assistência alimentar suba de 6 para 10 milhões de pessoas.
O PMA indica que vai precisar de US$ 477 milhões para abordar as necessidades de alimentação na região até ao fim do ano. A agência anunciou um défice financeiro cerca de US$ 190 milhões.
De acordo com o PMA, 2,85 milhões de pessoas devem ser alimentadas na Somália, enquanto na Etiópia e no Quénia o número de beneficiários situa-se em 3,5 milhões.