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Próxima década também terá alimentos com preços altos, diz FAO BR

Próxima década também terá alimentos com preços altos, diz FAO

Novo relatório sobre as perspectivas agrícolas para os próximos 10 anos alerta que preços vão continuar subindo; previsão é de que cereais aumentem em até 20% e a carne fique 30% mais cara nesse período.

[caption id="attachment_198475" align="alignleft" width="350" caption="Produção de cereais"]

Daniela Gross,  da Rádio ONU em Nova York.

Um novo relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, e da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, Ocde, indica que a próxima década terá alimentos com preços altos. Os cereais devem ficar até 20% mais caros, e o preço da carne deve aumentar 30% em relação à década passada.

A última safra apresentou bons resultados, o que deve fazer os preços baixarem um pouco. Mas segundo a chefe de Serviços de Operações de Emergência da FAO, Cristina Amaral, os valores ficarão longe dos de 2001.

Biocombustível

Cristina Amaral falou à Rádio ONU, de Roma, sobre algumas das causas que incluem crescimento populacional e escassez de água e o uso de cereais para produção de biocombustíveis.

“O Brasil produz biocombustíveis a partir da cana-de-açúcar, é uma situação diferente da produção a partir de cereais. Por isso é necessário que os países também pensem em políticas de apoio que possam, como o Brasil, produzir biocombustíveis a partir dos restos das culturas que não entre em concorrência com a alimentação”, disse.

Países do G-20

Para a FAO, serão os países dependentes da importação de produtos básicos e as economias mais vulneráveis os mais afetados, principalmente as populações mais pobres.

Cristina Amaral fala que neste contesto, os países do G-20 têm uma missão importante.

“A FAO sugere que os países do G-20 tomem medidas para impulsionar a atividade agrícola em países em desenvolvimento, para reduzir ou eliminar, também, políticas que possam distorcer o comércio mundial”, afirmou.

Aumento do Consumo

O consumo per capita de alimentos teve um aumento grande no Leste Europeu, na Ásia e na América Latina. De acordo com o relatório da FAO, a maior demanda foi de produtos de carne, derivados do leito, óleos vegetais e açúcar.