Temporada de furacões deste ano termina, mas efeitos devem perdurar por meses
Foram 14 tempestades com ventos de pelo menos 63km/h; deste total, oito se tornaram furacões com ventos de 119km/h; meteorologistas dizem que 2022 foi mais suave que os dois anos anteriores; workshop na Indonésia, de 5 a 9 de dezembro, busca melhorar preparação contra desastres.
Neste 30 de novembro foi encerrada, oficialmente, a temporada de furacão no Oceano Atlântico. Os avanços dos serviços de meteorologia e previsão do tempo ajudaram a fazer alertas mais precisos para evitar perdas de vida em acidentes naturais.
Mas para os especialistas, é preciso fazer mais para melhor se preparar contra tempestades e furacões. E este deve ser o foco de um workshop internacional, realizado a cada quatro anos, com o apoio da Organização Meteorológica Mundial, OMM. O evento de 2022 ocorre em Bali, na Indonésia de 5 a 9 de dezembro.
![Uma criança fica em pé na água subindo depois que o ciclone Eloise atingiu Beira, Moçambique. Uma criança fica em pé na água subindo depois que o ciclone Eloise atingiu Beira, Moçambique.](https://global.unitednations.entermediadb.net/assets/mediadb/services/module/asset/downloads/preset/Collections/Embargoed/14-10-2022-UNICEF-UN0403958-Mozambique.jpg/image1170x530cropped.jpg)
Fiona e Ian atravessaram áreas com ventos de mais de 178km/h
Segundo a agência da ONU, apesar de ter terminado, a temporada de furacões deve deixar seu impacto, pelos próximos meses, de algumas das tempestades mais arrasadoras.
A estação, que vai de junho a novembro no Oceano Atlântico, produziu 14 tempestades com nome e ventos de pelo menos 63km/h. Oito se tornaram furacões. Somente Fiona e Ian atravessaram áreas inteiras com ventos de mais de 178km/h, de acordo com a Administração Atmosférica Nacional Oceânica dos Estados Unidos.
Em média, uma estação tem 14 tempestades sendo sete furacões e três grandes furacões. Mas em 2022, a temporada foi mais calma que nos dois anos anteriores. Em 2020 e 2021, houve tanta atividade que a lista de nomes foi esgotada, mas como lembram os meteorologistas, basta apenas uma tempestade para devastar comunidades e economias inteiras.
![Fiona, por exemplo, arrasou áreas do Caribe ao Canadá. Em 18 de setembro, o furacão chegou a Porto Rico com chuvas torrenciais e queda de energia elétrica além de gerar destruição e feridos. Fiona, por exemplo, arrasou áreas do Caribe ao Canadá. Em 18 de setembro, o furacão chegou a Porto Rico com chuvas torrenciais e queda de energia elétrica além de gerar destruição e feridos.](https://global.unitednations.entermediadb.net/assets/mediadb/services/module/asset/downloads/preset/Libraries/Production%20Library/23-09-2022_NOAA_Hurricane-Fiona.jpg/image1170x530cropped.jpg)
Cuba, Porto Rico e Canadá
Fiona, por exemplo, arrasou áreas do Caribe ao Canadá. Em 18 de setembro, o furacão chegou a Porto Rico com chuvas torrenciais e queda de energia elétrica além de gerar destruição e feridos. E após rastrear a República Dominicana, o furacão ganhou força chegando à categoria 4 na escala de Saffir-Simpson com ventos de até 130 km/hora quando partiu para Bermuda.
No Canadá, converteu-se na tempestade mais forte a afetar o país.
Já o furacão Ian atingiu o oeste de Cuba em 27 de setembro se fortalecendo a caminho do Golfo do México e da Flórida com ventos de até 240km/h como uma das piores tempestades em um século.
![Uma série de ciclones tropicais provocou um atraso em ações de desenvolvimento sustentável em Madagascar, no Oceano Índico. Uma série de ciclones tropicais provocou um atraso em ações de desenvolvimento sustentável em Madagascar, no Oceano Índico.](https://global.unitednations.entermediadb.net/assets/mediadb/services/module/asset/downloads/preset/Libraries/Production%20Library/11-11-2022-Climate-Visuals-India-02.jpg/image1170x530cropped.jpg)
Ásia e atraso em ações de desenvolvimento sustentável
Este ano, o Oceano Atlântico e o Mar do Caribe registram perdas e danos assim como o continente asiático incluindo China, Japão, Filipinas e Vietnã, atingidos por tempestades tropicais fortes.
Uma série de ciclones tropicais provocou um atraso em ações de desenvolvimento sustentável em Madagascar, no Oceano Índico.
Os ciclones tropicais também conhecidos como furacões e tufões são uma das maiores ameaças à vida e à propriedade e provocam cheias, ventos extremos, tornados, relâmpagos e danos mortais.
Entre 1970 e 2019, mais de 1,9 mil desastres naturais foram causados por ciclones que mataram pelo menos 780 mil pessoas causando bilhões em perdas econômicas.
A mudança climática deve levar ao aumento de grandes ciclones tropicais e aumentar cheias e deslizamentos associados a esses eventos enquanto sobe o nível do mar e piora impacto de cheias em litorais e o desenvolvimento costeiro.
No wokshop, em Bali, na Indonésia, que começa neste 5 de dezembro, mais de 120 especialistas devem discutir formas de otimizar decisões e ação comunitária. Este ano, o tema é “Melhorando a ciência do ciclone tropical e serviços para melhores processos decisórios”.