Novo programa oferece proteção ambiental e segurança para refugiados rohingya
Até 125 mil pessoas serão apoiadas para poderem cozinhar com segurança; meta do projeto é reduzir desflorestação e riscos para a saúde; parceria junta FAO, OIM e PMA.
As famílias que vivem no maior acampamento de refugiados do mundo, em Cox's Bazar, em Bangladesh, vão receber esta semana os primeiros 2.500 fornos para cozinhar em segurança.
Madeira
A iniciativa decorre no âmbito do programa "SAFE Plus", Mais Segurança em portugês. O seu objetivo é garantir que até 125 mil refugiados e pessoas das comunidades de acolhimento recebam este equipamento para evitar a desflorestação causada pelo corte de madeira utilizada para combustível.
A parceria envolve a Organização da ONU para a Agricultura e Alimentação, FAO, a Organização Internacional para a Migração, OIM, e o Programa Mundial de Alimentos, PMA.
Onda de Violência
Uma grande área protegida de floresta foi destruída com o êxodo de mais de 700 mil refugiados rohingya para Cox's Bazar para escapar à onda de violência no Mianmar desde agosto do ano passado.
A situação aumentou substancialmente o risco de inundações e de deslizamento de terras, devido à erosão do solo.
Os novos fornos vão permitir que as famílias cozinhem com segurança, sem necessidade de recorrer ao corte de madeira.
OIM explica como está a prestar assistência aos rohingya
Ambientes Fechados
O coordenador de Emergência da OIM, o português Manuel Pereira, diz que “o acesso a fontes de combustíveis alternativas, estimula práticas ambientalmente mais sustentáveis”.
O responsável lembra que a desflorestação é uma grande preocupação. Pereira refere ainda que “as famílias cozinham predominantemente em ambientes fechados, por isso há também uma grande preocupação com o impacto do fumo do fogo na saúde respiratória das pessoas.”
Esta iniciativa é apoiada pela Irlanda, pelo Japão e pelos Estados Unidos e conta com a ajuda Governo de Bangladesh, país onde, segundo a FAO, há já 919 mil refugiados rohingya. Pelo menos 1,3 milhão de pessoas depende da assistência humanitária.