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Em apenas 11 dias, ataques aéreos matam 130 pessoas no Iêmen

Em apenas 11 dias, ataques aéreos matam 130 pessoas no Iêmen

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Escritório de Direitos Humanos da ONU reforça apelo para proteção dos civis; crianças estão entre as vítimas; com 29,3 milhões de habitantes, país tem mais de 22 milhões precisando de assistência externa.

Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque. 

O Escritório de Direitos Humanos da ONU está muito preocupado com o aumento das mortes de civis no Iêmen, causado por ataques aéreos da coalizão liderada pela Arábia Saudita.

Segundo o Escritório, esses ataques foram intensificados após o assassinato do ex-presidente iemenita Ali Abdullah Saleh, no começo do mês. O órgão da ONU pediu, nesta terça-feira, que todos os lados em conflito ampliem a proteção aos civis.

Impactos

O porta-voz do Escritório de Direitos Humanos afirmou que 136 civis, incluindo mulheres e crianças, foram mortos em ataques aéreos ocorridos no Iêmen entre os dias 6 e 16 de dezembro.

Rupert Colville fez um apelo às partes em conflito para “respeitarem suas obrigações perante a lei internacional humanitária e tentarem a todo custo minimizar o impacto da violência sobre os civis”.

Em um dos ataques, um hospital foi bombardeado em Al Hudaydah no dia 10 e veículos militares dos houthis teriam sido vistos próximo ao prédio no momento da ação.

Crianças

No último sábado, nove crianças e uma mulher foram mortas quando retornavam de uma festa de casamento em Marib. Desde o início do conflito no Iêmen, em março de 2015, o Escritório de Direitos Humanos da ONU documentou mais de 5,5 mil mortes de civis e mais de 9 mil feridos.

Também nesta terça-feira, o Escritório para Coordenação de Assuntos Humanitários, Ocha, divulgou que 22,2 milhões de pessoas precisam de assistência externa no Iêmen, sendo que o país tem 29,3 milhões de habitantes.

A maioria dos que precisam de ajuda não tem comida suficiente e 16 milhões estão sem acesso à água e saneamento. Apenas 50% dos centros de saúde do Iêmen estão funcionando e a nação enfrenta um surto de cólera sem precedentes, com 900 mil casos suspeitos.

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Uma bicicleta em meio aos destroços de uma casa na capital do Iêmen, Sanaa. Foto: Ocha/Charlotte Cans