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Mais de 30 milhões passam fome no Próximo Oriente e Norte de África

FAO quer base sólida para avaliar o impacto das alterações climáticas na segurança alimentar.  Foto: FAO/Rawan Shaif

Mais de 30 milhões passam fome no Próximo Oriente e Norte de África

FAO defende paz e estabilidade para melhorar resposta de agricultores na produção; Síria e Iémen entre as principais crises; agência quer cooperação dos países para enfrentar falta de água e mudanças climáticas.

Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.

Na região do Próximo Oriente e Norte de África pelo menos 9,5% dos adultos enfrentam insegurança alimentar.

Um levantamento da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, FAO, revelou esta segunda-feira que são cerca de 30 milhões de pessoas que viviam na situação entre 2014 e 2015.

Água e clima

Para o diretor-geral adjunto da FAO, Abdessalam Ould Ahmed, um ambiente pacífico e estável é a condição prévia absoluta para uma resposta dos agricultores à escassez de água e as mudanças climáticas.

O também representante da FAO no Próximo Oriente e Norte de África disse que região enfrenta desafios sem precedentes pde segurança alimentar pelos riscos provocados por conflitos, falta de água e alterações do clima.

Ould Ahmed recomenda aos países da região que implementem uma gestão sustentável e duradoura de água para acabar com a fome até 2030, que é uma das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Síria e Iémen

A crise síria, que piorou entre 2015 e 2016, é mencionada pelo responsável que lembra que mais da metade da população precisa de ajuda alimentar. O conflito fez com que 4,8 milhões sírios procurassem refúgio, a maioria em países vizinhos.

O Iémen representa a outra situação crítica porque aumentam a insegurança alimentar e os deslocados internos.

Políticas

O relatório revela que é importante que os países criem uma base sólida para avaliar o impacto das alterações climáticas na segurança alimentar e definir medidas de adaptação flexíveis e políticas agrícolas.

O outro apelo é que seja reforçada a colaboração regional para enfrentar a escassez de água e as mudanças climáticas. A proposta é que a parceria esteja baseada na vontade política dos líderes e nas experiências positivas de muitos países.

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