Fome continua aumentando nas zonas de conflito, alerta FAO
Guiné-Bissau é um dos 16 países incluído em relatório preparado para o Conselho de Segurança; pior situação é no Iêmen, onde 60% da população não têm alimentos suficientes para o consumo.
Guiné-Bissau é um dos 16 países incluído em relatório preparado para o Conselho de Segurança; pior situação é no Iêmen, onde 60% da população não têm alimentos suficientes para o consumo.
Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque.
Duas agências* das Nações Unidas prepararam um relatório ao Conselho de Segurança, informando que a insegurança alimentar está aumentando em zonas de conflito.
O documento cobre 16 países: Afeganistão, Burundi, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Guiné-Bissau, Haiti, Iraque, Líbano, Libéria, Mali, Somália, Sudão do Sul, Sudão, Síria, Ucrânia e as nações da região do Lago Chade.
Iêmen e Síria
A pior situação é no Iêmen, onde 17 milhões de pessoas, que representam 60% da população, não têm comida suficiente. Na sequência vem o Sudão do Sul, onde a insegurança alimentar afeta 45% da população. Em terceiro lugar está a Síria, onde 33% dos habitantes, ou 6,5 milhões de pessoas, sofrem com o problema.
O único país de língua portuguesa da lista é a Guiné-Bissau. De acordo com o relatório, quase 4% da população enfrenta insegurança alimentar, ou 43 mil pessoas.
Cereais
O documento explica que a Guiné-Bissau passa por “instabilidade política e pobreza extrema”. Chuvas irregulares e volatilidade no preço da importação do arroz e exportação local de castanha de caju prejudicam a segurança alimentar.
A produção de cereais no país em 2017 deve ser sido 7% menor do que no ano anterior. Segundo o relatório, 69% dos guineenses vivem com US$ 2 por dia, sendo que a taxa de pobreza é maior entre pessoas de 15 a 25 anos.
Um fator comum entre os 16 países estudados é o conflito, sendo que a intensificação da violência é a razão por trás do aumento dos níveis de fome. Em 2016, o total de famintos no mundo chegou à marca de 815 milhões de pessoas.
*O relatório foi preparado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, e pelo Programa Mundial de Alimentos, PMA.