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Conselho de Segurança renova sanções contra República Centro-Africana

Conselho de Segurança da ONU. Foto: ONU/Eskinder Debebe

Conselho de Segurança renova sanções contra República Centro-Africana

Órgão condenou o ressurgimento da violência no país em resolução adotada por unanimidade; documento deplora repetidas violações de direitos humanos que incluem desaparecimentos forçados.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Conselho de Segurança da ONU condenou vigorosamente o ressurgimento de violência que fez vários mortos  na República Centro-Africana.

Nesta quinta-feira, o órgão renovou as suas sanções contra os implicados nas tensões sectárias em curso no país que o empurram à beira de um conflito aberto. A decisão foi tomada numa resolução adotada por unanimidade.

Direitos Humanos

Os 15 membros do Conselho expressaram “grande preocupação” com a desestabilização contínua da República Centro-Africana por grupos armados. Eles alertaram que a situação representa “ameaça permanente à paz, segurança e estabilidade do país” e da região.

O órgão mencionou a sua preocupação com repetidas violações de direitos humanos, incluindo desaparecimentos forçados, execuções extrajudiciais e violência sexual, entre outros.

Deslocados

Mais de dois anos de guerra civil e violência sectária deslocaram milhares de pessoas no país em confrontos contínuos entre combatentes da aliança Séléka, de maioria muçulmana, e a milícia anti-Balaka, de maioria cristã.

De acordo com estimativas da ONU, cerca de 440 mil pessoas continuam deslocadas e cerca de 190 mil procuraram asilo além-fronteiras. Mais de 36 mil pessoas, incluindo o grupo étnico Peuhl, continuam isoladas em enclaves de todo o país enquanto aguardam asilo em Estados vizinhos.

Os membros do Conselho de Segurança destacaram a necessidade “urgente e imperativa” de acabar com a impunidade no país e reiteraram que os autores de atos violentos devem ser responsabilizados.

Desde setembro de 2014, a Missão das Nações Unidas na República Centro-Africana, Minusca, prendeu mais de 200 elementos nas ações de apoio às autoridades para manter o Estado de direito.