Cai índice do preço dos alimentos da FAO em dezembro
Agência da ONU diz que 2014 foi o terceiro ano consecutivo de queda em todas as categorias à exceção da carne; larga produção de açúcar no Brasil ajudou a reduzir preço do produto no mercado internacional.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, informou que, em dezembro, o índice do preço dos alimentos caiu 1,7%.
A redução ocorreu após três meses de estabilidade puxada por cortes no preço do açúcar e do óleo de palmito. E mais uma vez, a larga produção de açúcar no Brasil ajudou a reduzir o preço da mercadoria para o consumidor final.
Oferta
De acordo com a FAO, 2014 foi o terceiro ano consecutivo da queda do índice em todas as categorias menos carne. A agência acredita que o aumento da oferta, o recorde de estoques associados à valorização do dólar americano, ajudaram com a redução.
Se comparados aos índices de 2013, a atual marca de 202 pontos representa uma queda de 3,7%. Os cereais lideraram a lista com uma redução de 12,5% em relação ao ano passado. Houve queda também nos derivados do leite e oleaginosas, além do arroz, que se beneficiou da subida nas taxas de exportação.
Já o preço do trigo, que registrou aumento em novembro, após rumores de que a Rússia poderia restringir a exportação, acabou sendo contornado com a alta do dólar.
Prateleiras
A FAO informou que o índice de preços dos derivados de leite é o mais baixo desde 2009 com a diminuição das importações pela China e pela Rússia, o que levou a mais oferta nos mercados internacionais. Com isso, o leite em pó, a manteiga e o queijo ficaram mais baratos nas prateleiras.
A leve redução de 1,9% em dezembro no preço da carne de vaca e de carneiro da Oceania, além da carne suína da Europa, não foi suficiente para frear o aumento do produto. Em 2014, a carne subiu 8,1%, a média mais alta dos últimos anos.
A queda no preço do barril de petróleo também tem ajudado a diminuir a pressão para que plantações de cana-de-açúcar sejam convertidas na produção de etanol.
O economista-sênior da FAO, Abdolreza Abbassian, afirmou que com o petróleo mais barato, a atração pelo etanol diminui naturalmente.