Unicef: “mundo tem quase 35 milhões de migrantes menores de 20 anos”
Conselho de Direitos Humanos debate situação de migrantes em reunião em Genebra; foco do encontro é a promoção e proteção dos direitos do grupo; alta comissária da ONU afirmou que essas pessoas sofrem abusos diários no mundo inteiro.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, alertou esta terça-feira que o mundo tem quase 35 milhões de migrantes menores de 20 anos.
A declaração foi feita pelo representante da agência da ONU, Christian Salazar, em debate sobre o assunto no Conselho de Direitos Humanos, em Genebra.
Promoção e Proteção
Esses jovens representam 15% do número total de migrantes em todo o planeta. A maioria vive em países em desenvolvimento.
Os focos das discussões foram a promoção e a proteção dos direitos dos migrantes. Participaram também do encontro o vice-secretário-geral da ONU, Jan Eliasson, por videoconferência, e a alta comissária de Direitos Humanos, Navi Pillay.
Desafios
Eliasson afirmou que os desafios enfrentados pelos migrantes nunca foram tão grandes, entre eles, a exploração, a discriminação e a exclusão.
Segundo ele, as perdas de vidas em recentes tragédias no Mediterrâneo e na região de Sahel, na África, reforçam a magnitude dos desafios enfrentados para proteger esse grupo.
O representante da ONU citou alguns pontos positivos nesse processo como, por exemplo, a disposição política para discutir esses problemas e identificar as estratégias mais apropriadas para ajudar os migrantes.
Abusos
A alta comissária das Nações Unidas, Navi Pillay, afirmou que os abusos contra migrantes são cometidos diariamente em todo o mundo.
Segundo ela, os casos acontecem em regiões de fronteira, prisões, locais de trabalho, residências e em áreas públicas onde a xenofobia e a discriminação são muito grandes.
O Escritório do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos trabalha na Agenda de Desenvolvimento pós-2015. Pillay acredita que o documento pode incluir a igualdade como um dos objetivos para levar à eliminação das disparidades.
Reunião no Conselho de Direitos Humanos Para a chefe do Escritório de Direitos Humanos, a agenda pós-2015 é uma oportunidade para se buscar formas inovadoras de medir e monitorar a situação dos migrantes.
Satisfação
Já o embaixador da União Africana junto à ONU, em Genebra, Jean-Marie Ehouzu, elogiou a discussão sobre a questão dos migrantes em âmbito internacional.
Ele afirmou que a União Africana adotou posição comum sobre a questão da migração que enfatiza implicações socioeconômicas.
O diretor geral da Organização Internacional do Trabalho, OIT, Guy Rider, falou sobre a necessidade de se reconhecer a contribuição dos migrantes para o desenvolvimento.
Rider lamentou que o sentimento anti-migrante esteja ganhando força em várias partes do mundo. Ele disse que políticos estão se posicionando contra a migração e ao mesmo tempo influenciam a percepção pública em relação aos migrantes.